Nossa! Uma tragédia espacial abalou famílias que optaram por um adeus diferente: 166 pessoas tiveram suas cinzas perdidas no Oceano Pacífico após uma falha na cápsula da missão “Perseverance Flight” da Celestis, em junho. A cápsula Nyx, que deveria retornar à Terra após orbitar o planeta, sofreu uma pane durante a reentrada e caiu no mar. Mas, afinal, como funciona esse serviço de “voos funerários” e qual o preço? Vamos entender tudo.
A Celestis, empresa americana que oferece esse serviço inusitado desde 1997, já realizou 24 missões antes dessa infeliz ocorrência. A primeira, o “Voo dos Fundadores”, em 1997, carregou as cinzas de figuras importantes como Gene Roddenberry, o criador de Star Trek, e o psicólogo Timothy Leary. A empresa contrata outras para os lançamentos, inclusive a SpaceX, de Elon Musk, já tendo usado o Falcon 9 em missões anteriores.
O “Voo da Perseverança”, operado pela startup alemã The Exploration Company, pretendia ser especial: era a primeira vez que a Celestis planejava a devolução das urnas às famílias após a órbita terrestre. Infelizmente, algo deu errado.
Como funciona? A Celestis vende diferentes pacotes, com preços que variam de acordo com a distância que as cinzas percorrem. Eles promovem esses “voos memoriais” como uma forma de celebrar a vida de quem se dedicou à exploração e à aventura. As famílias enviam as cinzas ou amostras de DNA – de pessoas ou animais de estimação – e podem acompanhar o lançamento ao vivo. Legal, né? Mas com um final triste dessa vez.
Os preços? Olha só:
* **Earth Rise:** Lançamento e retorno à Terra. A partir de US$ 3.495.
* **Earth Orbit:** Lançamento para a órbita terrestre. A partir de US$ 4.995.
* **Luna:** Lançamento para a órbita ou superfície lunar. A partir de US$ 12.995.
* **Voyager:** Lançamento para além da Lua. A partir de US$ 12.995.
Missões para os pacotes Earth Orbit, Luna e Voyager já estão programadas entre o segundo semestre de 2025 e o último bimestre de 2026. A missão problemática, a “Perseverance Flight”, utilizava os pacotes Earth Rise e Earth Orbit.
E o que as empresas disseram? Charles Chafer, CEO da Celestis, lamentou profundamente o ocorrido, afirmando que o lançamento e o voo orbital foram bem-sucedidos, mas a falha na reentrada causou a perda das cápsulas. Ele reconheceu a decepção das famílias e prometeu apoio para discutir os próximos passos. Disse ainda que, apesar da tragédia, as cinzas “agora descansam na vastidão do Pacífico, semelhante a um tradicional e honroso espalhamento no mar”.
Já a The Exploration Company explicou que, após um breve blecaute por conta do calor na reentrada, conseguiu restabelecer contato com a cápsula a 550 km de altitude, mas perdeu o sinal novamente a 26 km, pouco antes da abertura dos paraquedas. Eles estão investigando o que aconteceu e pediram desculpas aos clientes. Uma situação realmente complicada.
Em resumo, a ideia de um “adeus espacial” é fascinante, mas, como vimos, acidentes podem acontecer. A Celestis oferece um serviço único, mas a recente tragédia levanta questões sobre a segurança e a confiabilidade desse tipo de missão.
Fonte da Matéria: g1.globo.com