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Zelensky diz que Rússia precisa concordar com cessar-fogo antes de Kiev discutir abrir mão de territórios; reunião com Trump será nesta quarta

Presidente da Ucrânia rejeita proposta de Trump de ceder territórios à Rússia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve conversar por videoconferência com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta quarta-feira (13), dois dias antes de seu encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca.
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Na ocasião, Trump e Putin se reunirão a sós, e o presidente norte-americano afirmou que pressionará o líder russo pelo fim da guerra na Ucrânia, que já dura três anos e meio.
A reunião virtual desta quarta também deve contar com a presença de lideranças e representantes de União Europeia, aliados de Kiev.
Zelensky e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial.
O presidente ucraniano e seus aliados europeus temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, a proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais.
“Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão”, disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira. “Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele.”
Zelensky reafirmou que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas. Ele rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas.
Troca de territórios
Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria “alguma troca de territórios para o bem de ambos” a Rússia e a Ucrânia.
Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um “melhor entendimento” de como encerrar a guerra.
“Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra”, disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres.
Trump está aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky posteriormente, disse Leavitt.
Cúpula no Alasca
Trump anuncia encontro com Putin no Alasca, em 15 de agosto
A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, deixou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e grande destruição.
Putin tem resistido aos múltiplos apelos dos Estados Unidos, da Europa e da Ucrânia para declarar um cessar-fogo.
A cúpula no Alasca, território que a Rússia vendeu aos Estados Unidos em 1867, será a primeira entre os presidentes em exercício dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se reuniu com Putin em Genebra, em junho de 2021.
Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, em uma cúpula do G20 no Japão, durante o primeiro mandato do americano, embora tenham se falado por telefone em várias ocasiões desde janeiro.
As condições para a paz
Após mais de três anos de combates, as posições ucranianas e russas continuam irreconciliáveis.
Para acabar com o conflito, Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao recebimento de armas do Ocidente e à sua adesão à Otan.
Essas condições são inaceitáveis para a Ucrânia, que exige a retirada das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais. Isso incluiria mais fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, aos quais a Rússia se opõe.
Trump e Putin vão se encontrar pessoalmente nos próximos dias

Fonte da Matéria: g1.globo.com