Whindersson Nunes, o gigante do humor digital, revelou um diagnóstico surpreendente: altas habilidades. A descoberta aconteceu durante sua internação para tratar dependência de álcool, depressão e ansiedade. Em entrevista ao Fantástico no último domingo (3), ele contou tudo. Olha só que história: o cara, com um QI de 138 – bem acima da média de 96 a 101, segundo a neuropsicóloga Carolina Mattos – finalmente entendeu algumas peças do quebra-cabeça da sua vida.
“Entendi por que me sentia de um jeito tão específico em certos momentos”, explicou Whindersson. A neuropsicóloga explicou que o QI mede a capacidade cognitiva, avaliando raciocínio lógico, resolução de problemas e outras habilidades. No caso do Whindersson, a pontuação altíssima indica uma capacidade cognitiva bem acima da média.
Na infância, ele já sentia que era diferente. “Me sentia meio estranho, mais sozinho, preferia ficar na minha do que ir pro recreio com a turma. As conversas eram meio…estranhas”, recordou. Carolina Mattos esclareceu que altas habilidades não significam ser um gênio, e sim ter habilidades excepcionais em certas áreas, às vezes compensando outras em que a pessoa pode ter mais dificuldade. No caso dele, a criatividade e o improviso parecem ser pontos fortíssimos.
Mas, e a depressão? A neuropsicóloga ressaltou que altas habilidades podem, sim, ser um gatilho para quadros depressivos. “Muitas vezes, esse diagnóstico vem associado a estados depressivos”, explicou. Whindersson já havia passado por períodos de afastamento do trabalho por causa da depressão, que o levaram a procurar ajuda profissional. A dependência do álcool também fazia parte do problema.
“Queria entender essa vontade de acabar com a garrafa inteira, essa impossibilidade de tomar só um pouco…”, confessou o humorista. Carolina explicou que o pensamento acelerado e o questionamento intenso e constante sobre si mesmo, o mundo e as situações, comuns em pessoas com altas habilidades, podem contribuir para esses quadros.
“Eu tentava resolver as coisas sozinho, usando as artes, fazendo umas ‘gambiarras’ na minha vida. Porque meus pais não tinham ideia de que eu tinha altas habilidades”, relembrou Whindersson, mostrando a importância de um diagnóstico precoce e o apoio adequado.
Para a neuropsicóloga, o diagnóstico de altas habilidades ajuda a pessoa a se entender melhor, a compreender por que se sente tão triste ou rejeitada em situações que os outros consideram banais. Whindersson continua em tratamento com um psiquiatra, reduziu o consumo de álcool e o tempo de tela.
“Já não penso mais em vencer, em ser o primeiro. Sei que essa vida é uma passagem, um tempo curto, principalmente quando a gente pensa na eternidade”, finalizou Whindersson, mostrando uma nova perspectiva de vida, mais leve e equilibrada. A jornada de autoconhecimento e recuperação continua, mas a descoberta das altas habilidades foi um passo fundamental nesse processo.
Fonte da Matéria: g1.globo.com