Wanda Sá, a dama da bossa nova, fez 80 anos em grande estilo! No dia 23 de agosto, o Clube Manouche, no Rio de Janeiro, ferveu com um show inesquecível em homenagem ao lançamento do álbum “Wanda Sá 80 anos”. A noite foi uma verdadeira celebração da trajetória brilhante da cantora, com participações especiais de peso que deixaram a plateia encantada.
Antonio Adolfo, mestre do piano e arranjador, abriu o espetáculo definindo Wanda como a voz da “autêntica bossa nova”. E olha, ele acertou em cheio! A energia contagiante da artista, mesmo aos 80 anos, era visível. Ela passeou com maestria pelos novos sucessos do álbum e pelas pérolas imortais da bossa nova que marcaram sua carreira.
A apresentação começou com “Fotografia”, de Tom Jobim, com Wanda no violão eletroacústico. A partir daí, foi uma sequência de sucessos, um verdadeiro passeio pela história da música brasileira. Ela encantou a todos com “Café com Pão”, evocação sutil ao saudoso João Donato; “Desafinado”, com aquela introdução que muitos cantores esquecem – um detalhe que mostra o respeito de Wanda pela obra original; e “Samba de uma nota só”, com citações à “Canção do Exílio” e à versão em inglês, “One Note Samba”.
A emoção tomou conta quando ela interpretou “Água de Beber”, também com versos em inglês, mostrando a intimidade e a versatilidade da artista com a bossa nova. A sintonia com o trio base – Flávio Mendes (violão), Diego Zangado (bateria) e Zé Luiz Maia (baixo) – era perfeita, mostrando a naturalidade com que Wanda se expressa musicalmente.
Aí, então, começou a festa! A chegada de Jards Macalé trouxe um toque de humor e irreverência. Ele, com sua espontaneidade característica, compartilhou histórias hilárias com Wanda, incluindo uma envolvendo maconha e religião, antes de juntos interpretarem “A voz de sal”, parceria dele com Romulo Fróes, presente no novo álbum. A energia da dupla foi contagiante!
Joyce Moreno, amiga querida de Wanda, subiu ao palco para um dueto emocionante em “Se solta, coração”, música composta por ela e Paulo César Pinheiro especialmente para a cantora. A cumplicidade entre as duas era palpável.
O show reservou momentos ainda mais especiais. Com o piano de Antonio Adolfo, a “Valsa Nova”, parceria de Wanda com seu filho Bernardo Lobo (que mandou a melodia de Portugal!), emocionou a todos. As letras, cheias de ternura, falam da ligação entre mãe e filho através da música. Uma cena linda!
A presença de Roberto Menescal, lenda viva da bossa nova, foi a cereja do bolo. Antes de cantarem “Cá entre nós”, parceria de ambos lançada em 2016, eles divertiram a plateia com uma anedota sobre um “confuso horário” no Japão que quase os fez dormir no palco! A partir daí, a magia continuou com “Não pergunte demais”, parceria inédita de Menescal e Abel Silva, e “Vagamente”, sucesso que, apesar de ter sido lançado por Sylvia Telles, ficou fortemente associado a Wanda desde sua regravação em 1964.
A escolha de “Vagamente” para o repertório não foi por acaso. As músicas inéditas do álbum “Wanda Sá 80 anos” mantêm a essência da bossa nova de 1964. Um exemplo disso é “Tom do amor”, obra-prima de Carlos Lyra, um samba que evoca o clima mágico do litoral carioca. No show, a música ganhou ainda mais encanto com a participação de Bebel Lobo, filha de Wanda.
Para encerrar a noite com chave de ouro, Wanda reuniu seus filhos, Bebel e Bernardo, para cantar “Juntinho”, parceria inédita de João Donato e Nando Reis. No bis, todos os convidados se juntaram no palco para um emocionante “Chega de Saudade”, marco da bossa nova e uma perfeita síntese da trajetória de Wanda Sá, a representante autêntica de um gênero musical que conquistou o Brasil e o mundo. Foi uma noite inesquecível!
Fonte da Matéria: g1.globo.com