O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, saiu em defesa do presidente Nicolás Maduro na sexta-feira (8), após os EUA dobrarem a recompensa por informações que levem à sua prisão ou condenação para US$ 50 milhões. Em pronunciamento na TV, López detonou a decisão americana, chamando-a de “tola”, “fantasiosa”, “ilegal” e “desesperada”, comparando-a a um “filme de faroeste de Hollywood”.
Olha só, além de Maduro, ele mesmo e Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior, Justiça e Paz, também são alvos de recompensas oferecidas pelo governo americano. Para López, essa iniciativa representa uma interferência crassa na soberania venezuelana, violando o direito internacional e o princípio da autodeterminação dos povos.
“A cara de pau do governo americano não tem limites!”, disparou o ministro. “Querem nos dar aulas de democracia enquanto o próprio governo deles desrespeita as leis, governando de forma arbitrária e caprichosa.”
A decisão americana, anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pela procuradora-geral, Pam Bondi, acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles há mais de uma década e de colaborar com grupos como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa. Rubio, na real, acusou Maduro de usar organizações terroristas estrangeiras para trazer drogas e violência aos EUA. Bondi, por sua vez, afirmou que Maduro representa uma ameaça à segurança nacional americana.
Mas, López rebateu as acusações com firmeza. Ele negou tudo, reafirmando o apoio incondicional das Forças Armadas a Maduro e garantindo que o governo venezuelano combate o tráfico de drogas com força.
“Sabe? A gente não vai descansar enquanto não desmontar essa narrativa que os EUA usam como arma política”, afirmou o ministro, atacando os EUA por sua “sociedade decadente, onde milhares morrem diariamente por causa das drogas” e por conta de um sistema de saúde privado e excludente, sem ajuda para a população. “Não somos chantageáveis e não vamos aceitar ultimatos de potências estrangeiras!”, finalizou ele.
Vale lembrar que a recompensa inicial, de US$ 25 milhões, foi anunciada em janeiro pelo governo Biden. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Maduro é acusado de conspiração para narcoterrorismo, tráfico de drogas, importação de cocaína e uso de armas em apoio a crimes relacionados ao tráfico. As autoridades americanas já apreenderam mais de US$ 700 milhões em bens ligados a Maduro, incluindo dois jatinhos e nove veículos, além de 30 toneladas de cocaína, sendo quase 7 toneladas diretamente relacionadas ao presidente, com parte dessa droga misturada com fentanil, segundo Bondi. A recompensa de US$ 50 milhões supera até mesmo a oferecida por Osama Bin Laden após os ataques de 11 de setembro.
Fonte da Matéria: g1.globo.com
