A Mota-Engil Latam Portugal, empresa portuguesa, venceu a disputa pelo primeiro túnel submerso do Brasil, que vai ligar Santos a Guarujá! A notícia bombou: as propostas foram abertas na sexta-feira, dia 4 de agosto, na B3, em São Paulo. Olha só que investimento: R$ 6,8 bilhões, nada mal, né? A Acciona Concesiones, da Espanha, também participou do leilão, mas quem levou a melhor foi a Mota-Engil, com a proposta que ofereceu o maior desconto nos pagamentos mensais ao poder público durante os 30 anos de concessão.
“É uma honra imensa!”, declarou Manuel António da Fonseca Vasconcelos da Mota, vice-presidente da Engil-Mota. “Vamos cumprir com todas as nossas obrigações e começar a obra o quanto antes!”. A parceria público-privada, envolvendo governos estadual e federal, vai garantir a construção, operação e manutenção dessa estrutura monumental.
Esse túnel, gente, vai ser a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal! Dos 1,5 km de extensão, pelo menos 870 metros vão ficar submersos. A previsão é que tudo esteja pronto até 2030, segundo o edital. Depois disso, o secretário estadual de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, contou ao g1 que as obras de acesso devem começar, com a expectativa de inaugurar o túnel em 2031. Vai ser sensacional!
O túnel vai permitir a passagem de carros, ônibus, caminhões, bicicletas e pedestres. Imagine: hoje, cerca de 78 mil pessoas cruzam diariamente entre Santos e Guarujá usando barcos e balsas. Uma verdadeira revolução na mobilidade da região!
Mas essa história tem quase 100 anos! O primeiro projeto surgiu lá em janeiro de 1927, quando Júlio Prestes governava São Paulo, com um plano idealizado pelo engenheiro Enéas Marini. Depois de décadas parado, o projeto voltou à tona, com o edital lançado no início deste ano pelo presidente Lula (PT) e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A obra é importantíssima para a região e, por isso, virou palco de uma disputa política. Tanto Lula quanto Tarcísio a apresentaram como conquista de suas gestões. Apesar de discursos iniciais de colaboração – Lula inclusive destacou a importância da união entre os governos –, mais recentemente, ambos têm citado a obra sem mencionar o outro em suas falas para seus eleitores e nas redes sociais. Afinal, Tarcísio, ex-ministro de Bolsonaro e possível candidato à presidência em 2026, é visto por Lula como um nome da oposição.
Após o leilão, Tarcísio destacou a complexidade da obra e a superação de questões políticas, sem citar diretamente o governo federal ou o presidente Lula. Já o vice-presidente Geraldo Alckmin, representando o governo federal, enfatizou a união de esforços para a realização do projeto, ressaltando a postura colaborativa do presidente Lula com os governadores, independente de partidos.
A construção será diferente dos túneis escavados em rocha. O túnel submerso terá grandes blocos de concreto pré-moldados em docas secas, com câmaras internas de ar. Cada peça será construída em terra, testada e transportada por flutuação até o local. Aí, os blocos serão afundados, encaixados e protegidos por areia e pedras. Essa técnica foi escolhida por causa do solo da região – argilas moles e sedimentos fluviais – que não permite escavações profundas. Além disso, o túnel submerso tem vantagens ambientais e urbanas, exigindo menos desapropriações e impactando menos a paisagem. Uma ponte foi descartada devido às restrições da Base Aérea de Santos e ao intenso tráfego de navios.
O processo será dividido em etapas: primeiro, a preparação do leito marinho, com escavação e base de concreto, além da construção e testes dos módulos. Depois, rebocadores vão levar os módulos para o local de submersão, afundando-os gradualmente com bombas e monitoramento eletrônico. Por fim, a estrutura será recoberta com pedras para proteção. Uma obra de engenharia impressionante, não é mesmo?
Fonte da Matéria: g1.globo.com