Em 17 de setembro, o então presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou sua intenção de classificar o movimento Antifa como organização terrorista. A declaração, feita à imprensa em Washington D.C., antes de embarcar para Nova York, chegou poucos dias após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, em 10 de setembro. Trump, na ocasião, atribuiu a violência política crescente no país à “esquerda radical”. Olha só, a declaração pegou muita gente de surpresa!
O Antifa, movimento antifascista surgido na Alemanha na década de 1930 em oposição ao nazismo de Hitler, tem ramificações globais. Historicamente, esses grupos combatem o racismo, o sexismo e o capitalismo, sendo frequentemente classificados como de esquerda ou extrema-esquerda, embora eles mesmos se definam simplesmente como oposição à extrema-direita. Nos EUA, um dos grupos mais ativos está localizado lá.
Trump, em suas redes sociais, chamou o Antifa de “desastre da esquerda radical”, “doente” e “perigoso”. Ele também anunciou a abertura de investigações sobre o financiamento do movimento, declarando: “Vou recomendar fortemente que aqueles que financiam a ANTIFA sejam totalmente investigados de acordo com os mais altos padrões e práticas legais”. Na real, uma atitude bastante contundente, né?
O Antifa, diferentemente de partidos políticos, não possui uma liderança centralizada, estatuto formal ou filiação partidária. É uma rede descentralizada e informal, cujos participantes se unem em torno de causas como o combate ao fascismo, racismo, homofobia, xenofobia e machismo. Questões ambientais, justiça social e críticas ao capitalismo também são pautas recorrentes.
Suas ações variam: de organização de protestos e denúncias de grupos de ódio a boicotes e, em alguns casos, confrontos diretos. Eles rejeitam a mediação de instituições estatais e policiais, considerando-as parte da violência institucional. Me parece que essa postura radical gera bastante controvérsia.
No Brasil, manifestações antifascistas existem desde a década de 1930, resistindo ao Integralismo. O movimento ganhou força novamente nos anos 80 e 90, ligado a coletivos punks, e esteve presente em protestos de 2013 e em manifestações contra governos considerados autoritários por seus integrantes.
Devido ao seu caráter muitas vezes confrontativo, o movimento é criticado por governos e setores conservadores. Nos EUA, o Antifa já recebeu críticas tanto de republicanos quanto de democratas, principalmente devido à violência em alguns protestos.
Essa não é a primeira vez que Trump ameaça classificar o Antifa como terrorista. Em 2020, após os protestos pela morte de George Floyd, ele já havia feito ameaças semelhantes, mas enfrentou críticas de organizações de direitos civis e especialistas que questionaram seu poder para tal designação.
A declaração de Trump acontece em um contexto de alta tensão política nos EUA. Segundo a Reuters, o país vive o período mais violento desde a década de 1970, com mais de 300 atos violentos politicamente motivados registrados desde a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Isso é realmente preocupante.
Fonte da Matéria: g1.globo.com