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Trump Impõe Tarifa de 25% sobre Importações Indianas em Retaliação a Comércio com a Rússia

Olha só! O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (6) uma bomba: uma tarifa adicional de 25% sobre produtos vindos da Índia. A justificativa? Retaliação pela compra de petróleo russo, que, segundo Trump, alimenta a guerra na Ucrânia. A foto dele na Casa Branca, em Washington D.C., no dia 31 de julho de 2025 (Reuters/Kent Nishimura), ilustra bem a seriedade do momento.

Com essa nova taxa, a tarifa total sobre produtos indianos chega aos 50%, igualando-se à aplicada ao Brasil e colocando a Índia entre os países mais taxados por Trump. Isso, na real, serve como um aviso para o Brasil, que também mantém relações comerciais com Moscou e pode enfrentar o mesmo tipo de retaliação. Entenda melhor a situação a seguir!

Segundo comunicado da Casa Branca, a medida se baseia numa ordem executiva de 2022, que proíbe importações e novos investimentos na Rússia em resposta à invasão da Ucrânia. Petróleo bruto, combustíveis e derivados estão na lista negra. O documento oficial é bem direto: “Recebi informações adicionais de diversas autoridades sobre, entre outras coisas, as ações do Governo da Federação da Rússia em relação à situação na Ucrânia. Após considerar essas informações, constato que a emergência nacional […] continua vigente, e que as ações e políticas da Rússia ainda representam uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos”.

Essa tarifa extra vai se somar às taxas já existentes, com exceções previstas em outras leis. A mira principal? Produtos indianos que importam petróleo russo, direta ou indiretamente. Importação indireta? É quando a compra é feita por meio de intermediários ou países terceiros, desde que seja possível rastrear a origem russa dos produtos.

A nova tarifa entra em vigor em 27 de agosto, com exceção dos bens já em trânsito, que têm prazo estendido até 17 de setembro.

A reação da Índia? Decepção total! O governo indiano chamou a decisão de Trump de “injusta, irracional e sem justificativa”, prometendo tomar “todas as medidas necessárias para proteger seus interesses nacionais”.

Negociações que foram por água abaixo:

Na semana anterior, Trump já havia soltado o verbo, avisando que puniria a Índia pela compra de energia e equipamentos militares da Rússia. Em publicação no Truth Social em 30 de julho, ele disparou: “Embora a Índia seja nossa amiga, ao longo dos anos fizemos relativamente poucos negócios com eles porque suas tarifas são altíssimas, entre as mais altas do mundo, e eles têm barreiras comerciais não monetárias mais rigorosas e incômodas do que qualquer país”. Ele ainda destacou que a Índia, junto com a China, sempre comprou a maior parte de seus equipamentos militares e energia da Rússia, mesmo com o mundo exigindo que Moscou parasse a “matança na Ucrânia”.

Foram cinco rodadas de negociações, e a Índia chegou a apostar em um acordo que limitaria as tarifas a 15%. A expectativa em Nova Déli era de um anúncio de Trump semanas antes do prazo final de 1º de agosto, mas nada aconteceu. As negociações fracassaram.

E o Brasil? A situação não é nada boa. As sanções dos EUA a países que comercializam com a Rússia são um alerta e tanto para o Brasil, que ainda importa fertilizantes e combustíveis de Moscou. Trump ordenou que o Departamento de Comércio avalie outros países que importam energia russa. O documento é claro: “Se o secretário de comércio constatar que um país está direta ou indiretamente importando petróleo da Federação Russa, o secretário […] recomendará se e em que medida eu devo tomar ações em relação a esse país, incluindo se devo impor uma taxa adicional ad valorem de 25% sobre as importações de artigos daquele país”.

Esse risco já havia sido mencionado por senadores brasileiros em Washington em julho, durante negociações para reduzir as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) alertou: “Há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias”. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) resumiu a preocupação dos americanos: “Eles estão preocupados em acabar com a guerra [com a Ucrânia], e eles acham que quem compra da Rússia dá munição para a guerra continuar”. *Com informações da agência de notícias Reuters.*

Fonte da Matéria: g1.globo.com