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Trump envia recado bélico a Maduro: a frota no Caribe é mais que combate a drogas, diz analista

Os EUA jogaram pesado! Nesta semana, uma força-tarefa militar gringa – com pelo menos seis navios de guerra, aviões, um submarino e cerca de 4 mil soldados – se posicionou no sul do Caribe, pertinho da Venezuela. Reuters e Associated Press confirmaram. Oficialmente, a missão é combater o tráfico de drogas. Mas, na real, é mais que isso, segundo o cientista político Carlos Gustavo Poggio. Pra ele, a demonstração de força é um recado claro de Trump a Maduro: “Olha só o que eu posso fazer!”.

“Mísseis Tomahawk não são pra perseguir traficantes, sabe?”, explicou Poggio ao g1. “Tipo assim, não faz o menor sentido usar um míssil desses num cartel. Eles não usam navios de guerra, né?”. Ele leciona no Berea College, nos EUA.

A verdade é que o governo Trump tá deixando claro que Maduro é o novo alvo. A porta-voz do governo, Karoline Leavitt, soltou o verbo na terça (19): Maduro “não é um presidente legítimo”, é um “fugitivo” e “chefe de um cartel narcoterrorista”. E, por isso, os EUA vão usar “toda a força” contra o regime dele. Isso não é brincadeira!

Essa história de “fugitivo” não é à toa. Em agosto, os EUA ofereceram US$ 50 milhões (R$ 275 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. Segundo o Departamento de Justiça americano, ele é acusado de conspiração com narcoterroristas, tráfico de drogas, importação de cocaína e uso de armas em crimes relacionados ao tráfico. O governo americano ainda acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, recentemente classificado como organização terrorista internacional.

A escalada de tensão entre Trump e a Venezuela tá feia! Maduro, em resposta à demonstração de força americana, anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos! Ele chamou a ação dos EUA de “ameaça”.

“Destróieres, aviões espiões, mísseis Tomahawk… nada disso serve pra combater cartéis!”, ressaltou Poggio. “Cartéis usam rotas terrestres, às vezes umas lanchas rápidas. Não tem frota naval!”.

Mas a força militar americana deslocada é “extremamente eficaz” para um ataque ou invasão, enfatizou ele. Afinal, além dos três destróieres da Marinha americana, equipados com o sistema de combate Aegis, há três navios de desembarque anfíbio (pra transportar tropas!), aviões espiões P-8 Poseidon, pelo menos um submarino e 4 mil militares.

“Se os EUA invadirem, será um fato histórico: a primeira invasão direta dos EUA em um país da América do Sul que faz fronteira com o Brasil!”, alertou o professor no X (antigo Twitter).

Poggio percebeu que Trump aposta na solução militar. Ele sempre gostou dessa abordagem, até dentro dos EUA, como no uso da Guarda Nacional em Los Angeles e Washington pra conter protestos e combater o crime. Essa estratégia explica a decisão de Washington de equiparar cartéis a grupos terroristas.

“Organizações criminosas não são organizações terroristas! Não dá pra confundir as coisas!”, disse Poggio. “Mas isso dá algumas vantagens legais a Trump…”

Trump acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, um grupo supostamente ligado ao alto escalão do Exército venezuelano. Segundo a imprensa latino-americana, ele facilita rotas de drogas para outros grupos, como o Cartel de Sinaloa (México) e o Tren de Aragua (Venezuela).

Vários países sul-americanos seguiram a decisão de Trump de declarar o Cartel de los Soles como organização terrorista. Começou o Equador (governado por Daniel Noboa, de direita), depois o Paraguai (presidente Santiago Peña) e, na sexta (22), a Guiana também fez o mesmo.

Pra Poggio, essa iniciativa tem várias motivações: “São países com antagonismo com a Venezuela e o chavismo, que querem chamar a atenção de Trump para seus interesses”. O Equador e o Paraguai são governados por opositores do chavismo, e a Guiana tem uma disputa territorial com Caracas pela região de Essequibo.

Enquanto isso, a Venezuela enfrenta problemas sérios com seu arsenal militar. Segundo o IISS (Instituto Internacional para Estudos Estratégicos), as Forças Armadas venezuelanas têm “capacidades restritas” e “problemas de prontidão” devido a “sanções internacionais, isolamento regional e uma crise econômica de longa data”. Tudo isso limitou a compra de armamentos e tecnologia militar.

“As sanções e a crise econômica limitaram muito a capacidade do país de obter novas tecnologias militares. A Força Aérea e a Marinha têm problemas de prontidão”, disse o IISS em seu relatório. Por causa disso, há muita incerteza sobre a real capacidade militar da Venezuela, mesmo com alguns equipamentos relativamente modernos.

Fonte da Matéria: g1.globo.com