Olha só que situação! Domingo (17/8), vários líderes europeus confirmaram presença numa reunião bombástica na Casa Branca: o encontro entre Donald Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na segunda-feira (18). Ia ser tenso!
Entre os figurões que vão estar lá estão o presidente francês, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o chanceler alemão, Friedrich Merz; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e o presidente finlandês, Alexander Stubb. Uau! A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também devem marcar presença em Washington.
A reunião Trump-Zelensky foi agendada depois da cúpula EUA-Rússia no Alasca, na sexta (15/8). Na real, Putin e o presidente americano não chegaram a um acordo sobre a guerra na Ucrânia. Deu ruim!
Ainda no domingo, França, Alemanha e Reino Unido iam ter uma conversa com Zelensky e outros aliados sobre o conflito. Pressão total!
Para James Waterhouse, correspondente da BBC News na Ucrânia (atualizando a gente de Bruxelas), a presença desses líderes europeus na Casa Branca mostra que eles acham a participação de Trump essencial para um acordo de paz. Tipo assim, uma jogada estratégica.
“Apesar do tombo de não ter conseguido o cessar-fogo, a estratégia de recuperação europeia tá a todo vapor”, disse Waterhouse. “Depois de Washington inicialmente descartar o envolvimento da Europa, parece que eles finalmente vão ter voz ativa, ‘apoiando’ Zelensky.”
Essa será a primeira visita de Zelensky a Washington depois daquela saia justa com Trump e seu vice, J.D. Vance, no Salão Oval em fevereiro. Imagina a tensão no ar!
Waterhouse levanta algumas dúvidas: o que a Europa espera conseguir de Trump? “A Europa teve que apoiar a decisão do presidente americano de ignorar o cessar-fogo. Será que eles vão tentar convencê-lo a ser mais firme com Putin?”, questiona.
Sábado (16/8), Trump mudou de ideia. Antes, ele defendia um cessar-fogo. Agora, disse que a melhor solução é um acordo de paz direto, achando um pacto permanente melhor que “um cessar-fogo que muitas vezes não cola”.
Depois dessa reviravolta, Zelensky se mostrou preocupado. Ele temeu que a Rússia pudesse usar essa mudança de postura de Trump para ganhar tempo, intensificar os ataques e criar “condições mais favoráveis para negociações com atores globais”.
E o que esperar da relação Trump-Zelensky? A visita de segunda será a primeira de Zelensky a Washington desde o climão de fevereiro. Na época, o presidente ucraniano foi acusado de ingratidão pela ajuda americana na guerra, gerando um bate-boca na televisão. Muita gente achou que seria difícil consertar o relacionamento.
Mas, segundo Joel Gunter, repórter da BBC News em Kiev, líderes europeus trabalharam duro nos bastidores para melhorar o diálogo. “O líder ucraniano foi treinado para bajular, para falar a língua de Trump”, diz Gunter.
Desde então, o clima parece ter melhorado. Em abril, a Ucrânia e os EUA assinaram um acordo sobre minerais raros; Trump e Zelensky conversaram no Vaticano; e a Ucrânia deixou claro que estava disposta a pagar por armas americanas. Em julho, eles tiveram uma conversa telefônica que Zelensky descreveu como “a melhor conversa que já tivemos”.
Gunter destaca que o poder de influência de Putin sobre Trump ainda preocupa a Ucrânia, mas Zelensky está aprendendo. “E ele tem bons amigos na Europa para ajudar na segunda rodada do Salão Oval”, afirma Gunter. “Daremos bons conselhos”, confirmou Friedrich Merz, o chanceler alemão. Que situação!
Fonte da Matéria: g1.globo.com