** Olha só, o que tá rolando: os EUA, sob o comando de Donald Trump, mandaram uma força naval considerável – incluindo navios de guerra, um submarino e aviões espiões – para as águas próximas à Venezuela. Oficialmente, a Casa Branca fala em combate ao narcotráfico. Mas, na real, especialistas acham que a movimentação militar indica algo bem mais sério: uma possível intervenção contra o regime de Nicolás Maduro. A gente te explica tudo!
A movimentação começou a ser notada pela imprensa americana em 16 de agosto de 2025. Desde então, silêncio total do governo americano sobre os detalhes da operação. A gente sabe que pelo menos sete navios foram deslocados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, com cerca de 4.500 militares e, como já dissemos, um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, claro, em águas internacionais.
A justificativa oficial? Maduro é o chefe do Cartel de los Soles, considerado organização terrorista pelos EUA. Eles consideram o presidente venezuelano um foragido da Justiça, oferecendo uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se esquivou das perguntas sobre os objetivos militares, mas garantiu que o governo Trump usará “toda a força” contra Maduro. Isso é tenso!
O site Axios, por sua vez, revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Fontes ouvidas pela imprensa americana não descartam, sabe?, uma invasão. Enquanto isso, em Caracas, o governo classifica a movimentação como uma ameaça, mobilizando militares e milicianos para uma possível defesa.
Segundo a Reuters, analistas consideram a frota enviada ao sul do Caribe desproporcional para uma simples ação antidrogas. Um esquadrão anfíbio, por exemplo, é a ferramenta ideal para uma invasão terrestre. Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que uma invasão terrestre imediata pode ser inviável, mas um bombardeio, não.
“É uma situação parecida com a do Irã, alguns meses atrás. A quantidade de recursos militares transferidos pelos EUA para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, mostra que eles estão falando sério”, afirma Santoro. “Não é blefe. Há preparação para algum tipo de intervenção militar.”
**O que está por trás da operação?**
Os EUA dizem que a operação visa bloquear o fluxo de drogas. Mas, espera aí, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU mostra que as principais drogas consumidas nos EUA não vêm da Venezuela. Santoro acredita que o crime organizado é, sim, uma preocupação de Trump, que desde o início do seu mandato tem focado nos cartéis de drogas, principalmente do México e da Venezuela.
Mas, tipo assim, Trump usa a estratégia de classificar essas organizações como terroristas para justificar o uso das Forças Armadas contra crimes comuns. “Ligar tráfico de drogas a terrorismo é a forma que ele encontra para envolver os militares. Isso reforça a mensagem do governo de que a imigração latino-americana é um problema econômico e de segurança nacional”, explica Santoro.
Além disso, o professor aponta outros dois fatores importantes: petróleo e a influência da Rússia e da China na região.
**Petróleo:** O Relatório Mundial de Energia de 2025 indica que a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo (302,3 bilhões de barris). Os EUA ficam em 9º lugar, enquanto o Brasil ocupa a 15ª posição. Em 2023, antes da reeleição, Trump disse que, se tivesse vencido em 2020, teria aproveitado a crise na Venezuela para “tomar” o país e pegar “todo aquele petróleo”. Imagina só!
**Influência:** A Venezuela tem laços estreitos com a China e a Rússia, países que reconheceram a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 2024, mesmo com questionamentos da comunidade internacional. “Uma intervenção americana na Venezuela seria uma mensagem política para China e Rússia: ‘Não se metam aqui. A América Latina não é lugar para vocês’”, diz Santoro. O Irã, outro aliado da Venezuela, também parabenizou Maduro pela reeleição. “A Venezuela é a tempestade perfeita retoricamente, porque junta petróleo, China e Rússia, e o crime organizado, tudo que agrada aos EUA.”
**Maduro pode cair?**
O Axios revelou, em 29 de agosto, com base em fontes da Casa Branca, que os assessores de Trump não têm certeza se a operação militar visa uma mudança de regime. Trump pediu um “menu de opções” e ainda vai decidir. As fontes não descartam uma invasão, mas consideram improvável no momento. As hipóteses em discussão incluem ataques aéreos contra instalações ligadas à cocaína ou cartéis, e até mesmo o uso de drones contra o próprio Maduro – essa última, considerada menos provável.
Santoro avalia que a capacidade defensiva venezuelana é limitada frente ao poderio americano. Um provável ataque americano seria uma combinação de bombardeios com mísseis contra instalações militares e infraestrutura petrolífera. “Também existe a possibilidade de ações de forças especiais para capturar autoridades venezuelanas.”
A reação a um bombardeio seria muito forte na América Latina. Países como Brasil, México e Colômbia tenderiam a apoiar a soberania venezuelana, mesmo com reservas em relação a Maduro. Porém, a operação também poderia expor divisões na região. Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguiram os EUA na classificação do Cartel de los Soles como terrorista. Trinidad e Tobago também declarou apoio à ação militar americana.
Internamente, o regime de Maduro poderia sair enfraquecido com danos econômicos graves, levando a uma nova crise. “Seria visto como um governo que fracassou em sua tarefa mais básica: defender a pátria e a soberania”, conclui Santoro.
**Reação venezuelana**
Diante da presença militar americana, a Venezuela enviou uma carta à ONU pedindo ajuda, classificando a ofensiva como “ameaça gravíssima” e solicitando pressão sobre Washington para respeitar a soberania venezuelana. A carta, enviada ao secretário-geral António Guterres em 27 de agosto, pede que a organização pressione Washington para respeitar a soberania da Venezuela. A ONU ainda não se pronunciou.
Maduro, usando farda militar em visita a tropas, afirmou que o país está “mais preparado para defender a paz, a soberania e a integridade territorial” diante da “guerra psicológica” dos EUA. Na semana anterior, ele havia anunciado a mobilização de 4,5 milhões de milicianos e o envio de 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia.
Fonte da Matéria: g1.globo.com