** Na última quinta-feira (31), o então presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento significativo nas tarifas sobre produtos importados de vários países. A canetada presidencial resultou numa ordem executiva que mexeu bastante nas taxas, elevando-as entre 10% e 41%. Essas novas alíquotas entram em vigor a partir de 7 de agosto e atualizam os percentuais definidos em cartas enviadas pelo governo americano em julho.
Segundo a Casa Branca, a justificativa para o “tarifaço” é combater práticas comerciais consideradas desleais e proteger a economia americana. Olha só, o Brasil, mesmo com uma longa lista de exceções, continua com a maior taxa: 50%!
A lista de países afetados e suas novas tarifas ficou assim: Afeganistão (15%), Argélia (30%), Angola (15%), Bangladesh (20%), Bolívia (15%), Bósnia e Herzegovina (30%), Botsuana (15%), Brasil (50%), Brunei (25%), Camboja (19%), Camarões (15%), Chade (15%), Costa Rica (15%), Costa do Marfim (15%), República Democrática do Congo (15%), Equador (15%), Guiné Equatorial (15%), União Europeia (15%), Ilhas Malvinas (10%), Fiji (15%), Gana (15%), Guiana (15%), Islândia (15%), Índia (25%), Indonésia (19%), Iraque (35%), Israel (15%), Japão (15%), Jordânia (15%), Cazaquistão (25%), Laos (40%), Lesoto (15%), Líbia (30%), Liechtenstein (15%), Madagáscar (15%), Malawi (15%), Malásia (19%), Maurício (15%), Moldávia (25%), Moçambique (15%), Mianmar (Birmânia) (40%), Namíbia (15%), Nauru (15%), Nova Zelândia (15%), Nicarágua (18%), Nigéria (15%), Macedônia do Norte (15%), Noruega (15%), Paquistão (19%), Papua Nova Guiné (15%), Filipinas (19%), Sérvia (35%), África do Sul (30%), Coreia do Sul (15%), Sri Lanka (20%), Suíça (39%), Síria (41%), Taiwan (20%), Tailândia (19%), Trinidad e Tobago (15%), Tunísia (25%), Turquia (15%), Uganda (15%), Reino Unido (10%), Vanuatu (15%), Venezuela (15%) e Vietnã (20%), Zâmbia (15%) e Zimbábue (15%).
No caso do Canadá, a tarifa subiu de 25% para 35%. A Casa Branca justificou o aumento alegando a “contínua inação e retaliação” do país.
Trump havia avisado: quem não fechasse um acordo com os EUA até 1º de agosto estaria sujeito a tarifas mais pesadas. Sobre o Canadá, Trump disse que o primeiro-ministro, Mark Carney, havia entrado em contato antes do prazo, mas que não houve conversa efetiva. “Não falamos com o Canadá hoje. Ele ligou e vamos ver”, declarou Trump à imprensa. Ele ainda comentou sobre a decisão de Ottawa de reconhecer o Estado Palestino, afirmando que seria “muito difícil” um acordo, mas que não seria um “impedimento” para as negociações. A justificativa, segundo Trump, era simples: “Eles têm que pagar uma tarifa justa. É muito simples. Eles vêm cobrando tarifas muito, muito altas dos nossos agricultores, algumas acima de 200%, e têm tratado nossos agricultores muito mal”.
Essa medida é, na verdade, uma atualização da ofensiva tarifária iniciada em julho, com cartas enviadas a diversos líderes mundiais propondo tarifas entre 20% e 50% sobre produtos importados, caso não houvesse acordo. Foram 25 notificações, com o Brasil levando a maior taxa.
Apesar da tarifa de 50%, o Brasil teve quase 700 itens excluídos da sobretaxa, incluindo setores importantes como o aeronáutico, energético e agrícola. Mas setores como café, carne bovina e frutas devem sentir o impacto com força. A nova tarifa, que entra em vigor em 6 de agosto, pode mexer bastante na balança comercial brasileira, já que os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China.
Fonte da Matéria: g1.globo.com