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Trump anuncia “grande progresso” nas negociações com a Rússia, sem detalhes

Neste domingo (17), o presidente Donald Trump anunciou um “grande progresso” nas negociações com a Rússia, mas sem revelar detalhes. “GRANDE PROGRESSO SOBRE A RÚSSIA. FIQUEM LIGADOS!”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social. A publicação lacônica foi seguida por outras 20, incluindo um simples “bela” e 19 compartilhamentos de posts de outros usuários. Olha só, a discrição foi total!

Enquanto isso, membros importantes do governo Trump também comentaram sobre a guerra na Ucrânia. Steve Witkoff, enviado especial de Trump para buscar o fim do conflito e que se encontrou diversas vezes com Vladimir Putin nos últimos meses, disse à CNN que os presidentes americano e russo concordaram com “sólidas” garantias de segurança para a Ucrânia, sem dar maiores explicações. Ele mencionou ainda possíveis concessões russas, afirmando que “os russos fizeram algumas concessões na mesa de negociações em relação às cinco regiões”, referindo-se aparentemente a Donetsk, Luhansk, Kherson, Zaporizhzhia e Crimeia. Hum, interessante…

Já o secretário de Estado, Marco Rubio, declarou à NBC que tanto a Rússia quanto a Ucrânia precisarão ceder para alcançar a paz. “Tem coisas que a Rússia quer, e não terá, e coisas que a Ucrânia quer, e também não terá”, afirmou Rubio, acrescentando que as garantias de segurança para os ucranianos serão debatidas na reunião de segunda-feira.

**Reunião na Casa Branca: Zelensky e líderes europeus pressionam por um acordo**

Na segunda-feira (18), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reunirá com Trump na Casa Branca, acompanhado de uma comitiva de líderes europeus. A presença deles, anunciada neste domingo (17), inclui: Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (União Europeia), Mark Rutte (Secretário-geral da OTAN), Giorgia Meloni (Itália) e Alexander Stubb (Finlândia).

Von der Leyen declarou que a Europa apoiará a Ucrânia “por uma paz justa e duradoura pelo tempo que for necessário”. Starmer, por sua vez, enfatizou que “a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem Zelensky” e que os europeus estão “prontos para apoiá-lo nesta próxima fase” na busca por “garantias robustas de segurança” para os ucranianos.

A reunião, inicialmente prevista apenas com Zelensky, visa discutir os próximos passos para encerrar a guerra, que já dura três anos e meio desde a invasão russa. A expectativa é de que os europeus pressionem por um acordo que preserve a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, enquanto Trump, segundo informações, poderia inclinar-se para que Zelensky ceda territórios exigidos por Putin – uma perspectiva inaceitável para os europeus.

Trump ainda não se pronunciou sobre a presença dos líderes europeus na Casa Branca. A reunião ocorre três dias após o encontro entre Trump e Putin, que terminou sem um acordo de cessar-fogo na sexta-feira. Na real, essa comitiva europeia parece uma tentativa de garantir um lugar na mesa de negociações, principalmente após o tenso encontro entre Trump e Zelensky em fevereiro, que terminou abruptamente com Trump acusando Zelensky de “brincar com a 3ª Guerra Mundial”.

Antes de Washington D.C., os líderes europeus se encontrarão com Zelensky para discutir a “coalizão dos dispostos”, iniciativa para fortalecer o apoio à Ucrânia, incluindo o envio de tropas de paz após um cessar-fogo. Putin, por sua vez, telefonou para seu aliado, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, para informá-lo sobre os resultados da reunião com Trump.

Trump ligou para líderes da OTAN e Zelensky na sexta-feira à noite, após seu encontro com Putin. Ele também busca uma reunião trilateral com Putin e Zelensky, proposta apoiada pelo líder ucraniano como forma de “discutir diretamente questões-chave” do conflito. Segundo Trump, “muitos pontos foram acordados. Restam apenas alguns poucos — alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas fizemos algum progresso. Há boas chances de chegar lá. Putin quer parar de ver pessoas serem mortas”, disse ele, sem detalhar.

**Encontro Trump-Putin: elogios e sem acordo**

A reunião entre Trump e Putin na sexta-feira (15), que durou três horas no Alasca, começou com um cumprimento efusivo. Ambos trocaram elogios, com Putin agradecendo o convite e classificando a conversa como “construtiva”, mas ressaltando a necessidade de considerar as preocupações da Rússia. Ele disse que a segurança da Ucrânia deveria ser garantida e que esperava que a compreensão mútua trouxesse a paz. Putin também mencionou o potencial de parcerias comerciais entre os dois países.

Trump, por sua vez, afirmou que não houve um acordo de cessar-fogo, mas que a reunião foi “muito produtiva” e que ele e Putin concordaram “na maioria dos pontos”. A guerra na Ucrânia, iniciada em 2022, e a ocupação russa de cerca de 20% do território ucraniano, segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW), foram os temas centrais, sem que nenhum lado demonstrasse disposição para ceder territórios. Essa cúpula foi a primeira entre os dois países desde o início da guerra e o primeiro encontro a sós desde 2018.

Fonte da Matéria: g1.globo.com