Olha só! O presidente americano, Donald Trump, soltou uma bomba na terça-feira (16): os EUA não apenas afundaram duas embarcações venezuelanas, como ele mesmo havia anunciado na segunda (15), mas sim três! Isso mesmo, três! A declaração foi feita na Casa Branca, antes de sua viagem ao Reino Unido. Trump, na real, disse que a terceira embarcação, que ele classificou como carregadora de drogas, foi eliminada junto com a segunda. “Na verdade, eliminamos três, não duas, mas vocês viram duas”, disparou ele para os jornalistas.
A mensagem para Nicolás Maduro? “Pare de enviar drogas para os Estados Unidos!”, ordenou Trump. Detalhes sobre o local e data do terceiro ataque? Ainda não foram divulgados pelo governo americano.
Mas a história não para por aí. Trump também relembrou um ataque anterior, em 2 de setembro, no Caribe, que resultou em 11 mortes. Segundo ele, uma lancha suspeita de transportar traficantes de drogas foi atingida. Os EUA tinham oito navios na região na época. Na segunda-feira, ele havia mencionado no Truth Social outro ataque na área de responsabilidade do Southcom (comando militar dos EUA para a América do Sul e o Caribe), que matou três “narcoterroristas” venezuelanos. Um vídeo, inclusive, foi divulgado mostrando a explosão de uma lancha. Pra completar, um barco pesqueiro venezuelano foi detido e inspecionado no domingo.
Maduro reagiu na noite da terça, acusando os EUA de ameaçar uma “guerra no Caribe contra a Venezuela”. Apesar de não mencionar diretamente as declarações de Trump, ele fez um apelo à “união nacional” em pronunciamento na TV.
Essa situação toda gerou um verdadeiro rebuliço. A mobilização militar na Venezuela foi imediata, e países vizinhos, como Brasil e Colômbia, ficaram em alerta. Caças venezuelanos sobrevoaram embarcações americanas, e os EUA responderam enviando caças F-35 para Porto Rico.
Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, uma organização de tráfico de drogas cuja existência é bastante debatida. Maduro, por sua vez, rebateu as acusações como “mentiras”, afirmando que o tráfico de cocaína para os EUA, o maior consumidor mundial, ocorre principalmente pelo Pacífico e portos equatorianos. Ele ainda disse: “Há uma agressão militar em andamento, e a Venezuela tem o direito de enfrentá-la”.
A ONU, por meio de um comunicado assinado por três especialistas – Ben Saul, Morris Tidball-Binz e George Katrougalos – criticou os ataques. “O direito internacional não permite que governos simplesmente assassinem supostos traficantes de drogas”, afirmam os especialistas. Para eles, as atividades criminosas devem ser investigadas e processadas dentro do Estado de Direito, com cooperação internacional.
O governo Trump, por sua vez, justifica os ataques com base em legislação pós-11 de setembro e afirma que as ações ocorreram em águas internacionais. Ataques letais fora dos EUA, segundo eles, são usados regularmente por governos americanos, de ambos os partidos, e também por outros países, como no combate à pirataria no Golfo de Áden. Me parece que a situação tá bem tensa, hein?
Fonte da Matéria: g1.globo.com