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Trump antecipa “grande dia” com Zelensky e líderes europeus em Washington

Segunda-feira (18) promete ser agitada na Casa Branca! O presidente Donald Trump anunciou, nas redes sociais, que o encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus será um “grande dia”. Na real, ele tá super empolgado com a reunião trilateral, que acontece hoje mesmo. Olha só o que ele postou no Truth Social: “Um grande dia na Casa Branca! Nunca tivemos tantos líderes europeus aqui juntos. Uma grande honra para os EUA!!! Vamos ver o que vai sair disso???”

A reunião, marcada para esta tarde, acontece depois de um giro radical na postura de Trump em relação ao conflito na Ucrânia. Na sexta-feira (15), após um encontro com Vladimir Putin no Alasca, ele mudou completamente de ideia sobre um cessar-fogo, afirmando que a Ucrânia deveria aceitar a perda de territórios ocupados pela Rússia. No domingo, a pressão aumentou: Trump pressionou Zelensky a ceder a Crimeia, península anexada ilegalmente pela Rússia em 2014. Isso me parece bem complicado…

A agenda na Casa Branca é apertada. Primeiro, Trump recebe Zelensky para uma conversa a sós no Salão Oval, às 14h15 (horário de Brasília). Em seguida, às 16h, acontece a reunião multilateral com os líderes europeus na Sala Leste. A expectativa é alta, já que os principais nomes da União Europeia estarão reunidos em apoio a Kiev.

Entre os presentes, além de Zelensky, estão Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Mark Rutte (Otan), Giorgia Meloni (Itália) e Alexander Stubb (Finlândia). Segundo a Deutsche Welle, alguns líderes, como Meloni, Stubb e Rutte, foram convidados também para tentar acalmar possíveis ataques verbais de Trump a Zelensky. Tipo assim, uma espécie de “escolta diplomática”…

A reunião simboliza os esforços da Ucrânia e da UE para buscar garantias de segurança concretas diante da ofensiva russa, iniciada em fevereiro de 2022. Zelensky, firme em sua posição, insiste que não cederá território e que qualquer acordo precisa vir com garantias internacionais semelhantes ao Artigo 5 da Otan. No domingo, ele declarou: “A linha de frente é agora o lugar onde essas negociações podem começar”.

Por outro lado, Trump declarou no fim de semana “grandes progressos” em sua conversa com Putin. Segundo Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca, Putin teria demonstrado abertura para discutir garantias de segurança no modelo da Otan – algo descrito como “transformador” –, mas sem detalhes concretos.

As redes sociais esquentaram nos dias que antecederam o encontro. Trump voltou a pressionar Zelensky a aceitar a proposta de Putin, que inclui a anexação de territórios como a Crimeia e a renúncia à entrada na Otan. Zelensky, por sua vez, negou categoricamente qualquer possibilidade de ceder terras.

A agenda oficial do encontro, no horário de Brasília, é a seguinte:

* 13h: Chegada dos líderes europeus à Casa Branca.
* 14h: Trump recebe o presidente da Ucrânia.
* 14h15: Reunião bilateral Trump-Zelensky.
* 15h15: Trump recebe líderes europeus.
* 15h30: Foto oficial de Trump com os líderes europeus.
* 16h: Reunião multilateral de Trump com os líderes europeus.

Um rascunho de proposta russa para o fim da guerra vazou para a Reuters. O plano prevê a retirada parcial de tropas do norte da Ucrânia, mas exige contrapartidas inaceitáveis para Kiev: reconhecimento da anexação da Crimeia, manutenção do controle russo sobre grande parte do Donbas, promessa de que a Ucrânia não entrará na Otan e o fim das sanções internacionais contra Moscou. Diplomatas enfatizam que não se trata de um acordo formal, mas de uma tentativa russa de consolidar ganhos militares e políticos. Para Zelensky, qualquer concessão significaria perda da soberania ucraniana.

Esta é a segunda reunião entre Trump e Zelensky desde o início da guerra. A primeira, em fevereiro, foi marcada por um tom ríspido de Trump, que chegou a repreender publicamente o ucraniano. Com a presença dos aliados europeus, a reunião desta segunda-feira é vista como um teste para avaliar o apoio de Trump a Kiev e sua postura diante das exigências de Moscou.

A reunião em Washington também é uma tentativa da Europa de cortejar Trump após a cúpula no Alasca. Putin conseguiu convencer Trump a abandonar a exigência de um cessar-fogo imediato e reforçou demandas já conhecidas: anexação de territórios, desarmamento ucraniano e fim das sanções. Segundo o “The New York Times”, Trump e Putin discutiram até mesmo a cessão completa de Donetsk e Lugansk à Rússia, incluindo áreas não ocupadas militarmente. Zelensky sempre rejeitou a ideia, mas admitiu a possibilidade de negociar sobre terras já controladas pelas tropas russas. Mark Rutte, secretário-geral da Otan, também reconheceu que Kiev provavelmente terá que aceitar perdas territoriais na prática, embora isso não seja reconhecido formalmente no âmbito jurídico internacional.

Analistas em Berlim, Bruxelas, Londres e Paris acreditam que, se a reunião for produtiva, Trump pretende organizar uma cúpula tripartite com Ucrânia e Rússia já na sexta-feira (22). O “The New York Times” informou que Putin prometeu participar, mas apenas se Kiev aceitar renunciar a determinados territórios antes. Putin, porém, continua a retratar Zelensky como ilegítimo. Diplomatas europeus têm dúvidas se Putin realmente se sentará à mesa com Zelensky ou se continuará ganhando tempo para consolidar seus avanços militares.

Fonte da Matéria: g1.globo.com