Olha só o que aconteceu! Donald Trump, o presidente dos EUA, soltou mais uma bomba nesta terça-feira (8): uma ameaça de tarifa de 10% para os países do BRICS. Na real, ele acusou o grupo de tentar minar os EUA e até mesmo substituir o dólar como moeda global. “Se eles querem jogar esse jogo, tudo bem. Mas eu também sei jogar”, disparou Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.
E não parou por aí, não! Ele foi direto: “Qualquer país do BRICS vai receber uma tarifa de 10%, só por isso mesmo”. A implementação, segundo ele, tá bem próxima: “muito em breve”.
Pra quem não tá ligado, o BRICS inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além de outros países recentemente incorporados como Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. Trump, tipo assim, enxerga o BRICS como uma ameaça existencial: “Eles estão tentando destruir o dólar. Perder o dólar como moeda padrão seria como perder uma guerra, uma grande guerra mundial! A gente não seria mais o mesmo país. E isso não vai acontecer”.
O cara tá mesmo obcecado em manter o dólar como a moeda “rei”, sabe? “Se alguém quiser desafiar isso, pode tentar. Mas vai pagar um preço muito alto”, ameaçou.
Aí, o presidente Lula, claro, não deixou barato. Ele respondeu na lata, afirmando que os países do BRICS são soberanos e que “não aceitamos intromissão de quem quer que seja. Nós defendemos o multilateralismo”.
Essa nova investida de Trump veio um dia depois dele ter feito outra ameaça no Truth Social, sua rede social preferida, dizendo que imporia uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhasse às “políticas antiamericanas” do BRICS. Ele não explicou o que seria isso, viu? O governo americano, por sua vez, afirma que não há nenhum decreto em andamento, que tudo vai depender dos próximos passos do bloco.
Aliás, essa não é a primeira vez que Trump parte pra cima do BRICS. Em novembro passado, ele já havia exigido que o grupo se comprometesse a não criar ou apoiar uma nova moeda para substituir o dólar, sob pena de tarifas de 100%! Me parece que o cara não tá brincando.
A criação de um sistema de pagamentos em moedas locais – uma alternativa ao dólar nas transações comerciais entre os países do BRICS – é uma prioridade do Brasil. Lula, inclusive, defende isso há anos. Na véspera da última ameaça de Trump, ele disse achar “uma coisa muito irresponsável e pouco séria” um presidente de um país do tamanho dos EUA ficar “ameaçando o mundo pela internet”.
**E o Brasil, como fica?**
As novas ameaças de Trump reacenderam os temores sobre um possível acordo comercial entre Brasil e EUA. As negociações estão em andamento há meses, mas sem consenso. Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que “o Brasil não é um problema para os EUA” e defendeu a manutenção do diálogo. “Os Estados Unidos só têm a ganhar com o Brasil. Nós somos um parceiro muito importante”, afirmou, destacando que as opções para negociação são “extremamente amplas”.
**Tarifas recíprocas de volta?**
Trump também reacendeu as preocupações com as “tarifas recíprocas”. Na véspera, ele prorrogou a volta das taxas (suspensas desde abril) para 1º de agosto, abrindo um espaço maior para negociação. Mas, ao mesmo tempo, mandou cartas para 14 países, avisando sobre tarifas entre 25% e 40% a partir de agosto – uma tentativa de acelerar acordos mais vantajosos para os EUA. As cartas eram quase idênticas, com Trump dizendo que a medida demonstrava a “força e o compromisso” dos EUA e o interesse em manter as negociações, apesar do déficit comercial. A maioria dos países, porém, tá correndo contra o tempo para fechar um acordo.
Trump disse ainda que vai enviar uma carta à União Europeia nos próximos dois dias sobre as taxas que serão aplicadas aos produtos europeus, afirmando que a UE passou a tratar os EUA “muito bem”. Ele também disse que a China tem sido “justa” nas negociações e que mantém conversas frequentes com Xi Jinping.
**Mais tarifas a caminho!**
Além de tudo isso, Trump anunciou tarifas de 50% sobre o cobre importado, como parte de uma investigação iniciada em fevereiro. Também disse que vai anunciar tarifas sobre semicondutores e, em breve, sobre produtos farmacêuticos – que podem chegar a 200%, mas com um período de transição para as farmacêuticas se adaptarem. “Vamos anunciar tarifas sobre produtos farmacêuticos, chips e várias outras coisas – coisas grandes”, afirmou. A data desses anúncios, porém, não foi revelada.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte da Matéria: g1.globo.com