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Trump afrouxa restrições tecnológicas à China para fortalecer acordo comercial, diz jornal

A China e os EUA estão numa verdadeira gangorra comercial, e a situação tá pegando fogo! Segundo o jornal Financial Times (FT), numa reportagem publicada na segunda-feira (28), os Estados Unidos relaxaram as restrições à exportação de tecnologia para a China. A ideia, segundo a publicação, é dar um gás no acordo comercial entre os dois países e, de quebra, ajudar o presidente Donald Trump a garantir um encontro com o presidente Xi Jinping ainda este ano. Olha só que jogada!

O FT afirma que, nos últimos meses, o Departamento de Comércio americano – que controla as exportações – recebeu ordens para evitar medidas muito duras contra a China. Isso é uma mudança radical, já que, durante o mandato de Trump, a política era bem diferente: restrições pesadas às exportações de tecnologia para a China. Um exemplo? A Nvidia, gigante da tecnologia, quase viu a venda do chip H20 para o mercado chinês ser bloqueada, depois que o governo Biden restringiu chips mais avançados. Mas, depois de conversas com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, Trump mudou de ideia. E, neste mês, a empresa anunciou a retomada das vendas do H20 para a China.

Essa reviravolta, segundo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, faz parte das negociações envolvendo terras raras e ímãs. Mas nem todo mundo tá feliz com essa decisão. O FT diz que 20 especialistas em segurança e ex-funcionários do governo – incluindo o ex-vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Matt Pottinger – vão publicar uma carta nesta segunda-feira manifestando sua preocupação. Na carta, eles afirmam que essa medida é um erro estratégico que pode colocar em risco a vantagem econômica e militar dos EUA na área de inteligência artificial. “Isso é um perigo!”, parecem dizer.

Enquanto isso, no front da guerra tarifária, o jornal chinês “South China Morning Post” publicou no domingo (27) que EUA e China vão estender a trégua tarifária por mais 90 dias. A informação veio de fontes ligadas à terceira rodada de negociações entre os países, que acontecerá em Estocolmo, na Suécia, também nesta segunda-feira. A expectativa é que ambos os países se comprometam a não impor novas tarifas e a não intensificar a guerra comercial por outros meios.

Porém, a delegação chinesa deve pressionar a equipe de Trump sobre as tarifas relacionadas ao fentanil. Trump impôs uma taxa adicional de 20% sobre importações chinesas em março, alegando que a China não estava fazendo o suficiente para conter o fluxo da droga para os EUA. Uma fonte próxima ao governo chinês disse que Pequim pode aceitar uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações, se as taxas adicionais forem suspensas.

Na Escócia, durante uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump disse aos repórteres que os dois países estão próximos de um acordo: “Estamos muito perto de um acordo com a China. Realmente fizemos um acordo com a China, mas vamos ver como isso vai acontecer”. Hum… parece promissor, mas ainda falta ver o desenrolar da situação.

Vale lembrar que, em 12 de maio, EUA e China concordaram em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas por 90 dias. As tarifas americanas sobre importações chinesas caíram de 145% para 30%, e as tarifas chinesas sobre produtos americanos, de 125% para 10%. Mas, cerca de duas semanas depois, Trump acusou a China de violar o acordo em sua rede Truth Social, postando: “A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, VIOLOU TOTALMENTE SEU ACORDO CONOSCO”.

A China respondeu com um comunicado de sua embaixada em Washington, pedindo o fim das “restrições discriminatórias” e que ambos os lados “mantenham conjuntamente o consenso alcançado nas negociações de alto nível em Genebra”. O porta-voz da embaixada, Liu Pengyu, disse que, desde as negociações em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas preocupações em vários níveis.

Essa guerra tarifária começou a esquentar em abril, quando Trump anunciou as tarifas, atingindo a China com uma das maiores taxas, de 34% (além dos 20% já existentes). A China respondeu com tarifas extras de 34% sobre importações americanas. Aí começou uma escalada de aumentos de tarifas, com EUA e China se revidando em uma sequência de idas e vindas, até chegar aos 145% e 125%, respectivamente, em abril. Trump chegou a anunciar uma “pausa” no tarifaço para a maioria dos países, mas a China permaneceu na mira.

Fonte da Matéria: g1.globo.com