A Estônia, membro da OTAN, denunciou nesta sexta-feira (19) uma grave violação de seu espaço aéreo por três caças MiG-31 russos. Olha só: os jatos permaneceram sobre o Golfo da Finlândia, por 12 minutos, sem autorização. Para o governo estoniano, essa foi uma “brutalidade sem precedentes”. Talin e Helsinque, capitais da Estônia e Finlândia, respectivamente, ficam às margens desse mesmo golfo.
O ministro das Relações Exteriores, Margus Tsahkna, não poupou palavras: “A Rússia já violou nosso espaço aéreo quatro vezes este ano, o que já é inaceitável. Mas essa invasão, com três caças, é uma ousadia inacreditável!”. O diplomata russo de mais alta patente no país foi chamado para prestar esclarecimentos.
Isso marca o terceiro incidente envolvendo a Rússia e um país da OTAN em menos de dez dias. Primeiro, drones russos invadiram o espaço aéreo polonês, numa escalada de tensão absurda entre a Rússia e a aliança. Depois, a Romênia também acusou a Rússia de violar seu espaço aéreo durante um ataque de drones à Ucrânia. Situação tensa, né?
A OTAN prevê o uso da força em caso de ataque a seus membros, mas a resposta não é automática. Líderes da aliança ainda precisam decidir como reagir a mais essa provocação russa. A invasão dos drones na Polônia, por exemplo, foi considerada uma provocação direta. A Polônia, inclusive, invocou o Artigo 4 do tratado da OTAN, levando a um encontro emergencial. Como resultado, a aliança decidiu enviar mais equipamentos e soldados para o flanco leste, principalmente para a Polônia e a Lituânia.
Kaja Kallas, Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da Comissão Europeia, classificou a invasão do espaço aéreo estoniano como uma “provocação extremamente perigosa”, que aumenta ainda mais as tensões na região. Ela prometeu apoio à segurança dos países membros da UE e afirmou que Vladimir Putin está “testando a determinação do Ocidente”, um sentimento que vários líderes europeus têm expressado desde a semana passada.
A Rússia, por sua vez, continua se esquivando das acusações. No caso da Polônia, negou qualquer intenção de enviar drones para o país. Vários países europeus, como forma de protesto, chamaram os embaixadores ou representantes diplomáticos russos para conversas, a mais alta forma de repreensão diplomática.
A Estônia, junto com Letônia e Lituânia, faz parte dos países bálticos, considerados os mais vulneráveis a uma possível expansão da guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022.
**Incidente na Polônia:**
Na Polônia, drones russos invadiram o espaço aéreo polonês na noite de quarta-feira (10). Caças poloneses foram enviados para abatê-los, e a OTAN mobilizou aeronaves de outros países-membros para auxiliar. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que os drones eram russos e que a Polônia está preparada para responder a provocações e ataques. O país chegou a fechar parte de seu espaço aéreo e o aeroporto de Varsóvia suspendeu voos por algumas horas. Um drone atingiu uma casa na região de Lublin, próxima à fronteira com a Ucrânia, mas ninguém ficou ferido.
Fonte da Matéria: g1.globo.com
