A Tesla recebeu um duro golpe na sexta-feira (1º). Um júri da Flórida decidiu que a empresa é responsável por um acidente fatal de 2019 envolvendo um Model S com o Autopilot ativado. A sentença? US$ 243 milhões para as vítimas. Nossa!
Em um tribunal federal de Miami, os jurados concederam US$ 129 milhões em indenização e mais US$ 100 milhões em danos punitivos à família de Naibel Benavides Leon e a Dillon Angulo, ex-namorado dela. A família pedia US$ 345 milhões, mas mesmo assim, a decisão pegou muita gente de surpresa.
Brett Schreiber, advogado das vítimas, soltou um comunicado detonando: “A Tesla desenvolveu o Autopilot *só* para rodovias, mas liberou o uso em outras vias, enquanto Elon Musk dizia por aí que o sistema dirigia melhor que gente!”. E acrescentou: “Esse veredicto representa justiça pela morte trágica da Naibel e pelas sequelas do Dillon.”
A Tesla, claro, não ficou quieta. A empresa anunciou que vai recorrer, afirmando que o veredicto “tá errado e só atrapalha os avanços na segurança, além de ameaçar os esforços da Tesla — e da indústria inteira — em desenvolver tecnologias que salvam vidas”. Hum… será?
Esse caso é, na real, um divisor de águas. É o primeiro julgamento que atribui a morte de um terceiro à negligência do Autopilot. Alex Lemann, professor de Direito da Universidade Marquette, crava: “É um marco. Nunca a Tesla tinha sido condenada em um caso fatal envolvendo o piloto automático.”
A decisão, sem dúvida, vai mexer com os nervos de Elon Musk, o homem mais rico do mundo. Afinal, ele precisa convencer investidores de que a Tesla vai dominar o mercado de direção autônoma, incluindo os robô-táxis, previstos para o ano que vem. E, pra piorar, a Tesla teve a maior queda trimestral de vendas em mais de dez anos, com lucro abaixo do esperado. As ações caíram 1,8% só na sexta-feira, acumulando uma queda de 25% no ano. Coisa feia!
O acidente em questão aconteceu em 25 de abril de 2019. George McGee dirigia o Model S a cerca de 100 km/h e atravessou um cruzamento, batendo em um Chevrolet Tahoe estacionado, onde estavam as vítimas. Segundo relatos, McGee se abaixou para pegar o celular e não recebeu nenhum alerta antes da batida. Naibel foi arremessada a 23 metros e morreu no local. Angulo ficou gravemente ferido.
Philip Koopman, professor de engenharia da Universidade Carnegie Mellon e especialista em tecnologia autônoma, comentou: “O júri concluiu que a Tesla teve responsabilidade, mesmo com o motorista agindo de forma inadequada. A única explicação é que eles identificaram uma falha no software do Autopilot. Isso é sério!”.
A Tesla, por sua vez, insiste que McGee foi o único culpado. Em comunicado, disse que “nenhum carro em 2019 — e nenhum hoje — teria evitado o acidente. Nunca foi culpa do Autopilot; foi uma narrativa criada pelos advogados”. Será mesmo? O tempo dirá. Mas a verdade é que essa condenação pode abrir precedentes para muitos outros processos contra a empresa.
Fonte da Matéria: g1.globo.com