Robôs colhendo frutas? Ainda não, gente! Mas a tecnologia já tá revolucionando o campo brasileiro. Drones, aplicativos e sensores estão ajudando produtores a lidar com problemas antigos, tipo a pulverização em terrenos inclinados, a falta de técnicos e até os roubos de animais. Olha só que impacto!
Só que tem um porém: a internet no campo ainda não tá 100%. Segundo um levantamento da Associação ConectarAGRO, em parceria com a UFV (Universidade Federal de Viçosa), apenas 35% das áreas produtivas têm conexão 4G e 5G. Isso é um baita desafio!
Pra mudar essa realidade, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) criou o Semear Digital, um projeto que leva conectividade para cidades rurais e apresenta novas tecnologias. Essa reportagem faz parte do quarto episódio da série “PF: Prato do Futuro”, onde o g1 mostra soluções inovadoras para os desafios da produção de alimentos no Brasil.
**Drones na Lavoura: Eficiência em Terrenos Difíceis**
Em Caconde, interior de São Paulo, a Embrapa testou um drone de pulverização. Incrível, né? A cidade tem um relevo bem complicado, com morros de até 45 graus de inclinação. Imagina o trabalho manual com equipamentos pesados em terrenos assim? Impossível! O drone foi a solução perfeita, já que maquinários nem conseguem subir essas ladeiras.
Além do drone, o Semear Digital ajudou a instalar uma fábrica de defensivos biológicos no Sindicato Rural de Caconde. Isso permitiu aos cafeicultores substituírem agrotóxicos por alternativas mais sustentáveis.
Ademar Pereira, presidente do sindicato, conta: “A gente não tem mais a jornada exaustiva do trabalhador, essa exposição química a produtos tóxicos. Tem a questão da preservação ambiental, de não contaminar as águas. É um avanço e tanto!”
Mas, claro, essa tecnologia tem seu preço: cada kit (drone, três baterias e estação de recarga) custou R$ 135 mil. Em Caconde, os produtores compartilham o equipamento. Apesar do investimento alto, Pereira garante que valeu a pena: o controle de pragas ficou mais fácil, melhorando a produção e a qualidade do café.
**Contando Bois com IA: Tecnologia Contra Roubos**
Os drones também estão ajudando na pecuária. Pesquisadores da Embrapa Agricultura Digital, em Campinas, desenvolveram um drone com câmera e inteligência artificial para contar gado. Jayme Barbedo, líder do estudo, explica: “Pecuaristas com grandes propriedades têm dificuldade em controlar o rebanho. Animais são roubados, perdidos, morrem, e eles nem ficam sabendo”.
A solução? Uma câmera com ângulo inclinado, permitindo ao drone visualizar uma área maior e contar mais animais de uma vez. O estudo está na fase final, e a ideia é que o drone também identifique o estado de saúde dos animais e suas medidas corporais, ajudando a definir o melhor momento para o abate.
**Aplicativos como Conselheiros:**
O Semear Digital também oferece aplicativos gratuitos para Android, desenvolvidos pela Embrapa. O “Aquicultura Certa” é para piscicultura, e o “Roda da Reprodução” para pecuária leiteira. Eles funcionam de forma parecida: o produtor insere informações básicas sobre os animais, e o sistema oferece orientações.
Tiago Oliveira, criador de tilápias, conta: “A gente não tem um técnico aqui na piscicultura diariamente. Então, o aplicativo nos auxilia demais. No meio da água, com a internet, consigo ter informações em tempo real”.
**Internet: Segurança e Combate a Incêndios**
A internet também é crucial para a segurança no campo. Na piscicultura de Tiago, os roubos eram frequentes, com perdas de até R$ 20 mil por gaiola. Com o monitoramento por câmeras e internet, os roubos acabaram! Desde 2022, a tranquilidade voltou.
Aziz Galvão, professor da UFV, destaca a importância da conectividade no combate a incêndios: “É uma catástrofe quando você não tem conectividade: demora para saber onde tá o fogo, e não sabe o que fazer”. O celular é fundamental para mobilizar e coordenar os grupos de combate.
**Levar Internet ao Campo: Um Desafio e uma Necessidade**
Luciana Romani, coordenadora do Semear Digital, afirma que levar internet para o campo amplia a comunicação com o mundo, aumentando as vendas online e o acesso a serviços como aplicativos de banco. “O pessoal não consegue mensurar o quanto isso faz falta. Até uma previsão do tempo: a gente não conseguia ver em que dia podia fazer uma adubação”, diz Pereira.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, 15% dos domicílios rurais ainda não tinham acesso à internet. Mesmo onde chega, a qualidade é um problema: apenas 52% dos domicílios rurais têm conexão 4G e 5G, segundo o ConectarAGRO.
Caconde foi a cidade piloto do Semear Digital, um projeto da Embrapa em parceria com CPQD, Esalq/USP, IAC, IEA, Inatel e UFLA. A escolha do município leva em conta mais de 34 indicadores, incluindo IDH e nível de conectividade. Em Caconde, a solução foi a internet via rádio, com antenas repetidoras. Mais da metade das quase 2.500 pequenas propriedades já tem internet. Na Ilha do Marajó, no Pará, a solução foi via satélite, por causa da floresta.
**O Crescimento das Agtechs**
A tecnologia tá cada vez mais presente no campo! Segundo o Radar Agtech Brasil 2024 (Embrapa, Homo Ludens e SP Ventures), o número de startups (agtechs) cresceu mais de 75% entre 2019 e 2024. Elas se dividem em três grupos: antes da fazenda (insumos e máquinas – 18,6%), dentro da fazenda (monitoramento e controle – 41,5%) e depois da fazenda (logística e comercialização – 39,9%).
Fonte da Matéria: g1.globo.com