** Tilápia, café e manga: a nova realidade das exportações brasileiras após a ameaça de tarifas de 50% impostas pelos EUA deixou muitos setores em alerta. Será que é moleza simplesmente mudar o destino da produção? A resposta, segundo especialistas ouvidos pelo g1, é um sonoro “não”. Cada setor tem suas próprias dificuldades, e a logística de redirecionar a produção não é tão simples quanto parece.
A gente se pergunta: o que cada setor tá fazendo? Dá pra mandar tudo para outros países? E como funciona essa história de exportação?
Vamos aos detalhes, analisando alguns setores-chave:
**Café:** O setor cafeeiro tá numa espécie de “espera ativa”, torcendo para o grão entrar na lista de exceções ao famigerado tarifaço. Ufa! A possibilidade de estocar o café por meses (ele aguenta firme por até oito meses, segundo o Cecafé) reduz um pouco a pressão. Afinal, a safra colhida no primeiro semestre de 2025 só vai ser exportada lá em 2026. Redirigi-lo para outros mercados é possível, mas, olha só, cada lugar tem suas regras e exigências, o que complica bastante o processo.
**Tilápia:** Aqui a situação é bem mais urgente! Os exportadores de tilápia estão numa corrida contra o tempo, mandando tudo o que podem por navio ou avião antes do dia 6 de agosto, data limite para escapar da tarifa. Depois dessa data, segundo Francisco Medeiros, presidente da PeixeBR, a produção que não foi exportada vai ter que ser absorvida pelo mercado interno. Não existem outros destinos com capacidade para receber esse volume todo. A União Europeia, por exemplo, tá com a importação de tilápia brasileira suspensa desde 2017. Eduardo Lobo, da Abipesca, ressalta que a indústria está preparada para exportar para a Europa, mas a espera por autorização é grande.
**Manga:** A manga, nossa fruta-rei na exportação, é um caso à parte. A Tommy Atkins, queridinha dos americanos, começa a ser colhida em agosto e é negociada ainda no pé. A Abrafrutas alerta para um possível desastre comercial caso a tarifa entre em vigor. Guilherme Coelho, presidente da associação, diz que manter toda essa manga no mercado interno causaria um colapso. Os EUA consomem 7% da produção de frutas brasileira, segundo a Abrafrutas.
**Carne:** A Abiec informou à GloboNews que a produção específica para os EUA foi paralisada. Apesar de os EUA não serem o maior cliente (a China ocupa esse posto), não existe um substituto imediato que ofereça a mesma rentabilidade. O g1 tentou contato com representantes do setor, mas não obteve resposta.
**Suco de Laranja:** Pelo menos uma boa notícia: o suco de laranja escapou do tarifaço de 50%. Os EUA dependem bastante da bebida brasileira.
**Em resumo:** Redistribuir a produção para outros mercados não é uma solução mágica. Cada setor enfrenta seus próprios desafios, e a complexidade logística, aliada às exigências específicas de cada país, torna o processo difícil e demorado. A incerteza sobre a duração da tarifa aumenta ainda mais a apreensão dos produtores. Enquanto alguns setores conseguem estocar a produção, outros correm contra o relógio para evitar perdas significativas. A situação é delicada e exige soluções criativas e rápidas para minimizar os impactos negativos.
Fonte da Matéria: g1.globo.com