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Tarifaço de Trump: US$ 4 trilhões a menos no déficit, mas com custos altos para a economia americana

Olha só que notícia impactante! O famigerado “tarifaço” imposto pelo então presidente Donald Trump, parece que vai gerar um impacto gigantesco nas contas públicas americanas. Segundo o Congressional Budget Office (CBO), órgão independente do Congresso dos EUA, a medida deve reduzir o déficit total dos EUA em impressionantes US$ 4 trilhões até 2035. Isso mesmo, quatro trilhões de dólares! Mas, calma, a história não termina aí…

Publicado na sexta-feira (22), um relatório do CBO detalha como essa redução vai acontecer: US$ 3,3 trilhões virão da arrecadação extra com as tarifas, impactando diretamente o déficit primário. E mais US$ 700 bilhões? Economia com os juros da dívida pública, graças à menor necessidade de empréstimos federais. Ufa!

“Na real”, o CBO destaca que essas estimativas são bem maiores do que as projeções feitas em junho, que apontavam para uma redução de US$ 2,5 trilhões no déficit primário e US$ 500 bilhões nos gastos com juros. Uma diferença e tanto, não é?

Porém, existe uma outra faceta dessa moeda. Apesar do impacto positivo no saldo da dívida, o CBO prevê que as tarifas vão impactar negativamente a economia americana. Segundo o órgão, o efeito colateral mais preocupante será a redução de investimentos e produtividade. Isso porque bens de consumo e de capital vão ficar mais caros, afetando diretamente o poder de compra das famílias e empresas. A conta não fecha, né?

O CBO estima que a tarifa efetiva sobre produtos estrangeiros nos EUA está 18 pontos percentuais acima das taxas de 2024. O relatório lista alguns exemplos de tarifas elevadas: China e Hong Kong (30%), itens específicos do México (25%), do Canadá (35%) e da União Europeia (15%). Automóveis e peças chegaram a 25%, enquanto aço, alumínio e cobre atingiram 50%. E o documento ainda menciona tarifas de pelo menos 10% sobre a maioria das importações de outros países, com muitas delas enfrentando aumentos ainda maiores a partir de 7 de agosto. É muita coisa, né?

Embora o relatório não cite o Brasil especificamente – cujos produtos chegaram a enfrentar uma tarifa de 50% (com exceções) – a situação das exportadoras brasileiras é preocupante, tendo que negociar custos extras com seus clientes americanos.

Quanto aos ganhos com as tarifas, o Tesouro americano arrecadou US$ 136 bilhões de janeiro a julho, sendo US$ 28 bilhões somente em julho. O CBO projeta uma arrecadação ainda maior nos próximos meses, chegando a cerca de US$ 200 bilhões neste ano fiscal, se as alíquotas não mudarem. Mas, é importante lembrar que essa estimativa tem suas incertezas, principalmente pela diferença entre a implementação das tarifas e o recebimento das receitas pelo Tesouro.

As estimativas do CBO são baseadas em dados do Censo, da Alfândega e Proteção de Fronteiras (Customs and Border Protection) e do Tesouro, e incluem mudanças implementadas até 19 de agosto. Ou seja, dados bastante sólidos. Em resumo: o “tarifaço” trouxe uma redução significativa no déficit, mas a um custo alto para a economia americana, impactando investimentos, produtividade e o poder de compra. A pergunta que fica é: valeu a pena?

Fonte da Matéria: g1.globo.com