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Tarifaço de Trump: Queda nas exportações brasileiras para os EUA, apesar de recorde geral

A próxima quarta-feira, dia 9, marca o fim da trégua de 90 dias nas tarifas impostas pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. Sem muitos acordos comerciais à vista, a volta das taxas sobre produtos importados, atingindo mais de 180 países, é uma possibilidade real, e mexe com o comércio internacional. Um levantamento da Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que esse “tarifaço” impactou negativamente as exportações brasileiras, embora o quadro geral seja positivo.

Olha só: cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para os EUA registraram queda nas vendas em maio. A Amcham aponta que as tarifas americanas não são a única razão. Outros fatores de mercado também pesaram.

Por exemplo, a demanda por óleos brutos de petróleo caiu nas refinarias americanas. Já a celulose brasileira enfrentou concorrência acirrada com o Canadá, que, segundo a Amcham, tem “acesso diferenciado” ao mercado americano graças ao USMCA (acordo comercial entre EUA, Canadá e México).

Mas calma, tem uma boa notícia! Apesar da queda em alguns itens, as exportações brasileiras para os EUA como um todo tiveram um desempenho recorde em maio. Foram US$ 3,6 bilhões (R$ 19,6 bilhões), um aumento de 11,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior! Isso mostra uma diversificação da nossa pauta de exportação.

Brasil tenta acordo, mas…

O Brasil, embora não tenha sido um dos mais afetados pelas tarifas (com alíquota de 10%), ainda sofre com as taxas sobre aço e alumínio, em vigor desde junho. Inicialmente em 25%, Trump elevou essas tarifas para 50%! Aço e alumínio são estratégicos para nossas exportações, e o Brasil é um grande fornecedor de aço para os EUA.

Na época, especialistas, como Nobre, da Warren, ressaltaram a necessidade de negociações bilaterais para garantir cotas preferenciais ou isenções tarifárias para o aço brasileiro. O Itamaraty e o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) precisariam agir.

O então vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, comentou sobre os impactos das tarifas, mas sem detalhar as negociações. Em junho, ele defendeu o aprofundamento do diálogo com os americanos, citando a criação de um grupo de trabalho bilateral com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o USTR (representante do comércio dos EUA). Do lado brasileiro, o Ministério da Indústria e o Itamaraty participam.

O MDIC, em contato com o g1, confirmou o início das negociações em março, com diversas reuniões presenciais e virtuais. No entanto, por causa do andamento das tratativas, detalhes não foram divulgados. O ministério reforçou o compromisso com a defesa dos interesses dos exportadores brasileiros, tanto em relação às tarifas quanto a medidas de “segurança nacional”. O MDIC destacou a importância da relação comercial entre Brasil e EUA, considerada sólida e estratégica para ambos os países.

Vale lembrar que o Banco Mundial reduziu suas projeções de crescimento para 2025, em parte devido às tarifas impostas por Trump. A situação é complexa e merece atenção.

Fonte da Matéria: g1.globo.com