** O “tarifaço” imposto pelo governo Trump à diversas exportações brasileiras gerou um verdadeiro terremoto na economia nacional. Setores importantes calculam prejuízos gigantescos e pressionam o governo federal por medidas urgentes. A situação tá feia, gente!
Na semana passada, o presidente Donald Trump assinou um decreto aumentando para 50% a tarifa sobre diversos produtos brasileiros. Aí, veio a “boa notícia”: uma lista com 700 exceções, beneficiando setores estratégicos como aeronáutica, energia e parte do agronegócio. Ufa! Mas, olha só, muitos outros setores ficaram de fora dessa lista, levando um duro golpe. Estamos falando de máquinas e equipamentos, carnes, café, frutas, móveis, têxteis, calçados… a lista é longa.
Alguns setores conseguem se virar, redirecionando a produção para outros países ou para o mercado interno. Mas isso não é mágica, né? Leva tempo e, em alguns casos, exige até baixar os preços. A situação é delicada.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse na quinta (31) que, considerando as exceções, o decreto foi melhor do que se esperava. Ainda assim, ele reconheceu que a situação de alguns setores é dramática. “Casos dramáticos”, foram suas palavras. A gente sente na pele o impacto disso.
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), cerca de 35,9% das exportações brasileiras para os EUA serão afetadas pela tarifa de 50%. Isso é um baque pesado! A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) estima que o tarifaço pode atingir cerca de 10 mil empresas brasileiras, empregando aproximadamente 3,2 milhões de pessoas. Meu Deus!
**O impacto setor a setor:**
* **Carnes:** A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) estima uma perda de US$ 1 bilhão na venda de carne bovina para os EUA. Um prejuízo colossal!
* **Café:** A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) lembra que o café brasileiro representa 34% do mercado cafeeiro americano. Analistas acreditam que parte da produção pode ser redirecionada para outros mercados, mas não é solução para tudo.
* **Frutas:** A Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados) alertou para impactos graves, principalmente em manga, uva e frutas processadas como açaí (90% do total exportado para os EUA).
* **Máquinas e equipamentos:** José Velloso, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), mostrou-se “muito preocupado”. O setor representava entre 8% e 10% das vendas brasileiras para os EUA (US$ 3,6 bilhões em 2024) antes das exceções.
* **Móveis:** A Abimóvel (Associação Brasileira da Indústria de Móveis) avalia que a sobretaxa inviabiliza o comércio, podendo resultar na perda de nove mil empregos.
* **Têxteis:** A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) prevê impactos severos na economia, com exceção apenas dos cordéis de sisal.
* **Calçados:** A Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) prevê danos irreversíveis nas exportações e milhares de empregos em risco.
* **Pescados:** A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescado) prevê impacto severo e imediato, com repercussões sociais e econômicas profundas, principalmente em regiões onde a pesca é a principal fonte de renda.
* **Ferro e aço:** O Instituto Aço Brasil diz que a sobretaxa agrava um cenário global já delicado, com excesso de capacidade de 620 milhões de toneladas.
* **Plásticos e derivados:** A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) afirma que a tarifa de 50% inviabiliza as exportações aos EUA.
* **Setor químico:** A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) prevê forte impacto em cadeias produtivas, empregos e investimentos.
* **Tabaco:** O SindiTabaco (Sindicato Nacional da Indústria do Tabaco) teme comprometimento da competitividade no mercado americano, o terceiro maior em volume e valor.
* **Pneus:** A Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), com vendas de 3,2 milhões de unidades em 2024 para os EUA, demonstra grande preocupação, principalmente para empresas que investiram em linhas de produção exclusivas para exportação.
**Pedidos de socorro:**
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio de seu presidente Ricardo Alban, pediu ao governo medidas para mitigar os efeitos econômicos, preservar a capacidade exportadora e garantir a continuidade das operações. As propostas incluem:
* Linha de financiamento emergencial do BNDES;
* Ampliação do prazo para contratos de câmbio;
* Prorrogação de prazos para pagamentos de financiamentos;
* Aplicação de direito provisório de dumping;
* Adiamento do pagamento de tributos federais;
* Pagamento imediato de ressarcimentos de tributos;
* Ampliação do Reintegra;
* Reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).
Além da CNI, Abicalçados, Abipesca, Abit e Abiquim fizeram pedidos específicos, incluindo linhas de crédito, ampliação do Reintegra, liberação de créditos tributários e medidas trabalhistas. Diversos setores pedem, ainda, a inclusão na lista de exceções ou uma solução negociada com os EUA.
**Governo em ação (ou quase isso):**
O ministro Haddad afirmou que o governo está finalizando um plano de proteção a empregos e setores afetados, a ser lançado em breve. O plano deve incluir linhas de crédito e medidas para proteção ao emprego, semelhantes às adotadas durante a pandemia. Haddad garantiu que a proposta inicial se encaixa no arcabouço fiscal. A expectativa é grande para ver como o governo vai lidar com essa crise.
Fonte da Matéria: g1.globo.com