Desde que assumiu a presidência dos EUA, em janeiro de 2017, Donald Trump prometeu enriquecer os americanos taxando países estrangeiros. Mas, na real, quem sai ganhando com essas tarifas de importação? E quem paga a conta? Vamos desvendar isso!
O que são tarifas de importação? São impostos cobrados sobre produtos importados, sabe? A ideia é proteger a indústria nacional e incentivar o consumo de produtos locais. Segundo Luciano Nakabashi, professor de Economia da USP, elas funcionam como um controle de entrada de produtos de fora. Ele explica que o país importador usa tarifas pra proteger seus produtores – que já pagam impostos internos – e aumentar a arrecadação. Tipo assim, é uma forma de equilibrar a concorrência entre produtos nacionais e importados. Países focados em exportação, muitas vezes, reduzem impostos sobre seus produtos para ficarem mais competitivos no mercado internacional.
E quem paga a conta? Aí que tá o pulo do gato! Cada país define a alíquota (percentual do imposto) que vai cobrar. Se uma empresa importa um carro de R$ 100 mil, com uma tarifa de 25%, ela vai desembolsar R$ 25 mil de imposto por unidade. Importante: o país exportador não paga esse imposto, não! A responsabilidade é da empresa importadora. Mas, na prática, quem arca com a despesa é o consumidor final, como explica Carla Beni, economista da FGV. Ela afirma que a empresa repassa o custo para o distribuidor, varejo e, finalmente, pro consumidor, que acaba pagando um preço maior por produtos importados, como carne, carros e eletrodomésticos. Com isso, produtos importados ficam mais caros e perdem competitividade. As tarifas de Trump, por exemplo, aumentaram impostos que antes eram zero, chegando a 50% em alguns casos. Tarifas amplas encarecem uma variedade enorme de produtos, principalmente aqueles que os EUA não produzem, como o café brasileiro.
Pra onde vai o dinheiro? Esse dinheiro vai direto pro governo americano! É uma receita extra pro tesouro dos EUA. Carla Beni resume: “Quando o governo americano aumenta a alíquota do imposto de importação, aumentam as receitas dele.”
Por que Trump aplicou tantas tarifas? Desde a campanha, Trump defendeu uma política econômica conservadora e protecionista para os EUA. A ideia é fortalecer a economia interna, limitando a concorrência estrangeira. Mas, olha só, economistas alertam que isso pode aumentar a inflação nos EUA, já que substituir produtos importados não é fácil e os importadores repassam os custos para o consumidor. Trump acreditava que o aumento das tarifas reforçaria os cofres do governo, permitindo investimentos e cortes de impostos para empresas americanas. Além disso, ele usou as tarifas como pressão política em negociações bilaterais. Um exemplo é a tarifa imposta ao Brasil, ligada a uma suposta perseguição jurídica contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a Casa Branca, em resposta a ações do governo brasileiro consideradas uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. O ministro Alexandre de Moraes também foi citado.
As tarifas prejudicaram a economia brasileira? A tarifa de 50% sobre o Brasil foi a mais alta aplicada por Trump. Setores como café, carne, frutas, pescado e mel foram diretamente afetados. Mas, calma, o governo americano excluiu quase 700 itens da lista, incluindo suco de laranja, aeronaves, petróleo, veículos, fertilizantes e produtos energéticos. Geraldo Alckmin, vice-presidente na época, disse que o governo tinha um plano para proteger empregos e apoiar os setores afetados. Ele garantiu que ninguém ficaria desamparado, com medidas de apoio financeiro, alívio tributário e acesso a crédito. O governo também fez um mapeamento detalhado da exposição de cada setor. Alguns estados, como SP, MG, PR, RS e GO, criaram seus próprios pacotes emergenciais.
Fonte da Matéria: g1.globo.com