A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros está causando um verdadeiro terremoto no setor de rochas ornamentais. Olha só: mais da metade das exportações brasileiras para os EUA já foram suspensas! A Centrorochas, a Associação Brasileira de Rochas Naturais, estima que, até o fim de julho, 1.200 contêineres de rochas deixem de ser embarcados, representando um prejuízo colossal de US$ 40 milhões. Isso é um baque!
Embora a tarifa só entre em vigor em 1º de agosto, o impacto já é brutal. Na real, os clientes americanos estão, tipo assim, “congelando” os embarques. Não estão cancelando os pedidos formalmente, mas preferem esperar para ver se a tarifa vai mesmo ser aplicada. “Eles estão pedindo para não embarcar. Querem entender primeiro se as tarifas serão realmente aplicadas a partir de 1º de agosto”, explicou Tales Machado, presidente da Centrorochas e empresário do setor.
A situação é tão grave que empresários americanos estão se mobilizando. Eles se reuniram com instituições do setor nos EUA para pressionar o governo a reverter a decisão. Um representante do Natural Stone Institute (NSI), em vídeo enviado ao vice-presidente da Centrorochas, Fábio Cruz, destacou a gravidade da situação para os importadores americanos. A pressão tá forte!
Diversificar os mercados, como solução imediata, não tá fácil. Segundo a Centrorochas, os EUA são, disparado, o principal comprador de rochas brasileiras. As características técnicas específicas das chapas, principalmente a espessura, dificultam muito o redirecionamento para outros países. Simplesmente não existe, no momento, outro mercado com a capacidade de absorver esse volume.
O Espírito Santo, maior exportador de rochas do Brasil, é o mais afetado. Os EUA foram responsáveis por 62,4% das exportações capixabas em junho de 2025. A China, o segundo maior comprador, ficou bem atrás, com apenas 17,5% do total. E olha que os números de janeiro a junho de 2025 mostram uma dependência ainda maior: o ES foi responsável por 82,85% de todas as exportações brasileiras do setor neste período.
As exportações capixabas para os EUA, aliás, vinham fortes nos meses anteriores:
* Janeiro: 69%
* Fevereiro: 68,4%
* Março: 63,3%
* Abril: 63,5%
* Maio: 69,8%
* Junho: 62,4%
A maioria das exportações são chapas polidas (mármore e granito), com alto valor agregado, beneficiadas em indústrias capixabas, principalmente em Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco, Castelo e Atílio Vivácqua. Outros mercados, porém, preferem os blocos brutos, o que representaria um retrocesso significativo para a indústria, que perderia toda a cadeia de beneficiamento.
Machado reforça a dificuldade de substituir o mercado americano: “As indústrias do Espírito Santo estão entre as melhores do mundo. Os melhores equipamentos estão aqui. Então não tem como a gente voltar a vender bloco. É andar pra trás”. A dependência da economia americana é muito grande, completou ele. Substituir os EUA não seria nada fácil.
Em suma, a tarifa de Trump representa um golpe duro no setor de rochas brasileiras, com consequências econômicas devastadoras que se refletem diretamente no Espírito Santo, maior produtor nacional. A busca por soluções alternativas é urgente, mas a curto prazo, o cenário é preocupante.
Fonte da Matéria: g1.globo.com