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Simone Mendes: “Marília rasgou a verdade e foi! Ninguém a substitui”

Simone Mendes não poupou palavras ao falar sobre Marília Mendonça e seu legado, interrompido tragicamente num acidente aéreo em novembro de 2021. Pra ela, Marília foi – e continua sendo – impossível de substituir, causando um impacto gigantesco na música brasileira. “Marília, pra mim, foi, sem sombra de dúvidas, uma das maiores vozes do nosso país! Uma das maiores artistas… inacreditável! Quebrou todos os padrões!”, exclamou Simone. “Uma mulher forte, que chegou com sua voz, seu talento, sua doçura, sua beleza… sem ligar pro que iam pensar, rasgou a própria verdade e foi!”.

O terceiro episódio do podcast “Marília – o outro lado da sofrência”, do g1, mostra como a cantora desafiou o rótulo de “feminejo”, enfrentou o machismo da indústria e abriu caminho pra uma geração inteira de mulheres no sertanejo – com letras que falavam de traição, bebedeira, liberdade… sem pedir licença! (Dá pra ouvir no g1 ou na sua plataforma de streaming favorita).

Simone destacou a inspiração que Marília representou para outras mulheres, assumindo sua identidade com total autenticidade. Além do carisma e da atitude, a qualidade musical de Marília era, nas palavras de Simone, “incomparável”. “Ela é, pra mim, uma das maiores inspirações em termos de talento, qualidade musical… tudo!”, completou.

Simone, Marília Mendonça e Simaria numa foto de divulgação de um single em 2019. (Kendy Higashi/Divulgação)

A força do legado de Marília também foi tema da conversa. “Eu acho que não vai ter outra Marília Mendonça. O lugar dela é único, sabe? Vêm estrelas, artistas, talentos… mas o legado dela é inigualável.”, refletiu Simone. Ela contou que ainda sente a presença de Marília nos palcos: “Ela passou, marcou e continua marcando! A gente canta as músicas dela nos shows e a reação do público… é como se a música tivesse sido lançada ontem!”.

No começo da carreira, lá em 2016, Marília declarou ao g1 que não se considerava feminista, afirmando que o feminismo “diminui a mulher” e que nunca havia sofrido machismo. Essa declaração causou surpresa, mas também revelou algo importante: Marília ainda estava descobrindo seu lugar no mundo.

Com o tempo, seu discurso mudou. Na TV, ela reconheceu o machismo presente no sertanejo e no Brasil como um todo. Começou a defender que o melhor jeito de empoderar mulheres era pelo exemplo: mostrando sua história, sua luta, sua resistência. E isso se refletia nas letras. Em “Troca de Calçada”, Marília deu voz a uma mulher marginalizada, uma garota de programa. Em “Você Não Manda Em Mim”, cantou a libertação de uma mulher que escapou de um relacionamento abusivo. Cada música era um retrato de dores reais, vividas por muitas, e por isso mesmo, tão populares.

Mari Fernandez e Marília Mendonça, num encontro nos bastidores, duas semanas antes da morte da cantora. (Arquivo Pessoal)

Hoje, artistas como Simone Mendes, Lauana Prado e Ana Castela dominam as paradas de sucesso. E muitas reconhecem que só chegaram onde estão graças às portas que Marília abriu. Mari Fernandez, que no início da carreira era chamada de “Marília Mendonça do piseiro”, lembra: “Quando a Marília chegou, ela trouxe essa nova leva de cantoras. Antes, não tinha tantas. Muito do que a gente vive hoje vem do trabalho que ela plantou, com toda a essência e identidade dela.”

Simone, após o fim da dupla com Simaria, contratou a equipe de Marília para sua carreira solo – incluindo o produtor Eduardo Pepato. O primeiro lançamento dessa parceria, “Erro Gostoso”, foi um estouro! A letra, sobre uma mulher que não consegue resistir a um amor que a machuca, tem aquela assinatura emocional que lembra as melhores músicas da Marília. “Tudo que dá certo, você tenta repetir, né? Essa é a característica do artista”, explicou Pepato.

Fonte da Matéria: g1.globo.com