Em julho de 2023, o então secretário de Estado americano, Marco Rubio, causou um verdadeiro terremoto político ao anunciar o cancelamento dos vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros importantes figuras brasileiras. A decisão, tomada sob a administração Trump, gerou polêmica e repercussão internacional. Na real, não foi a primeira vez que o governo americano utilizou essa estratégia contra brasileiros.
Olha só: além de Moraes, o próprio Rubio também revogou os vistos de sete ministros do STF, incluindo o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente, Edson Fachin. A lista ainda incluía Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Para completar o cenário, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve seu visto americano cancelado. Isso mesmo, uma verdadeira debandada!
Segundo informações da TV Globo, obtidas pelo repórter Vladimir Netto, a justificativa de Rubio, divulgada na rede social X (na época, Twitter), foi explosiva. Ele alegou que o governo Trump responsabilizaria estrangeiros envolvidos na censura de conteúdo protegido nos EUA. “A perseguição política do Ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de censura que viola direitos básicos dos brasileiros e se estende aos EUA”, disparou Rubio. “Por isso, ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados e familiares imediatos”. A identidade desses “aliados” mencionados por Rubio, no entanto, nunca ficou totalmente clara.
A decisão bombástica de Rubio coincidiu com outra notícia que abalou o Brasil: a imposição de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, ex-presidente e aliado declarado de Trump, por ordem do próprio Moraes. De acordo com a decisão de Moraes, Bolsonaro teria cometido crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), existia “concreta possibilidade” de fuga do ex-presidente. Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, chegou a agradecer publicamente a Trump e Rubio pela medida, afirmando que a situação impedia que ele visse seu pai nos EUA. Eduardo, vale lembrar, estava licenciado do cargo e residia nos Estados Unidos.
A PGR alegou risco concreto de fuga e intimidação a autoridades brasileiras por parte de Bolsonaro, justificando assim a imposição da tornozeleira. Além dela, Bolsonaro recebeu outras restrições, como recolhimento domiciliar noturno e proibição de uso de redes sociais e contato com investigados e diplomatas. Bolsonaro, por sua vez, classificou a medida como “suprema humilhação”.
Em outro capítulo dessa saga, Rubio anunciou também, em uma postagem na rede social X, a revogação de vistos de outros funcionários do governo brasileiro, sem citar nomes específicos. Ele classificou o programa “Mais Médicos”, que contratou profissionais cubanos para o SUS, como “um golpe diplomático inconcebível”, acusando-o de envolvimento em um esquema de “exportação de trabalho forçado” pelo regime cubano, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Tipo assim, uma verdadeira avalanche de decisões polêmicas!
Fonte da Matéria: g1.globo.com