A Renault apresentou na quinta-feira (10) o Boreal, seu primeiro SUV médio pra galera brasileira. E olha só, esse modelo promete disputar espaço com pesos pesados como Jeep Compass, Ford Territory e Toyota Corolla Cross! A gente ainda não sabe o preço, né? O lançamento oficial só rola no fim do ano.
Apresentado globalmente com o Brasil como palco principal, o lançamento mostra a força do país na estratégia internacional da Renault. Afinal, o segmento de SUVs tá bombando! Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), os SUVs já dominam 53% das vendas, esmagando qualquer outro tipo de veículo.
Com o Boreal, a Renault completa sua linha de SUVs. Já temos o Kardian no segmento de entrada (categoria A), brigando com Fiat Pulse e Volkswagen T-Cross. No segmento B, o Duster enfrenta Jeep Renegade, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e os Volkswagen Nivus e T-Cross.
Agora, o Boreal chega pra atender quem busca um carro espaçoso, com um porta-malas bacana, no segmento C de SUVs. Vale lembrar que, apesar de ser um modelo global, ele vai focar em mercados fora da Europa. Por lá, a Renault já tem o Bigster (da Dacia, sua subsidiária no Leste Europeu) e o Koleos, com um apelo mais sofisticado.
Fabricado em São José dos Pinhais, no Paraná, o Boreal vai ser exportado pra 17 países da América Latina. Incrível, né?
**Motor e desempenho:**
O Boreal usa o conhecido motor 1.3 turbo de quatro cilindros, o mesmo do Duster e da Oroch. Ele entrega 163 cv de potência e 27,5 kgfm de torque. Em termos de torque, ele se aproxima do Jeep Compass 1.3 turbo da Stellantis, mas o Compass leva vantagem na potência, com 176 cv. O Corolla Cross, com seu motor 2.0 aspirado, lidera em potência com 177 cv, sendo inclusive o mais vendido da categoria no acumulado do ano. Detalhe: ele é o único que ainda não adotou o downsizing – essa moda de motor menor com turbo pra melhorar o consumo.
O Boreal vem com transmissão automatizada de dupla embreagem de seis marchas. A gente sabe que o motor 1.3 turbo se sai bem no Duster e na Oroch, mas ainda não dá pra cravar como ele vai se comportar no Boreal. A situação é parecida com o Compass, que usa o mesmo motor do Renegade: no Renegade, ele é show, mas no SUV médio, não impressiona tanto.
Ainda não testamos o Boreal aqui no g1, mas dá pra ter uma ideia do desempenho comparando com concorrentes. A gente avaliou o Ford Territory, que tem porte, potência e torque próximos. O Territory entrega 169 cv e 25,5 kgfm de torque. Com mais de 1.600 kg, o desempenho não é lá essas coisas. Dá pra viajar em família sem problemas, mas ultrapassagens pedem atenção, principalmente com o carro cheio.
**(Aqui seria inserida a tabela comparativa entre Boreal e seus concorrentes)**
Sobre o câmbio, apesar da semelhança nos motores turbo, as marcas usam soluções diferentes. A Toyota usa CVT; Ford e Renault, o automatizado; e a Jeep, o automático tradicional com conversor de torque. Cada um tem seus pontos fortes e fracos. A transmissão automatizada de dupla embreagem – no caso da Renault, com embreagem banhada a óleo – é a mais eficiente e troca marchas mais rápido. Isso equilibra esportividade e economia. Mas, se der problema, o conserto costuma ser mais caro e complicado. A CVT prioriza a economia, mas não é ideal pra quem gosta de uma condução mais esportiva. Já o automático convencional é o mais simples de manter, mas não é tão eficiente quanto o CVT nem tão ágil quanto a dupla embreagem.
**Dimensões e espaço:**
O Boreal é maior que Corolla Cross e Compass, mas menor que o Territory. Pra garantir espaço interno, o entre-eixos é de 2,70 m – competitivo com Jeep e Toyota, mas 2 cm menor que o Territory. O espaço interno é bom, mas não chega a ser tão generoso quanto o do Territory. É tipo cobertor curto: cobre um lado, descobre o outro!
O porta-malas, porém, é um show à parte: 522 litros! São 74 litros a mais que o Territory, 82 litros a mais que o Corolla Cross e 112 litros a mais que o Compass. Supera até o Fiat Fastback, conhecido pelo porta-malas de 516 litros. Esse espaço generoso é graças à plataforma modular RGMP (Renault Group Modular Platform), usada em vários modelos da marca, inclusive no Kardian. Aliás, a Renault planeja lançar o Niagara, um modelo ainda maior que o Boreal, sobre essa mesma plataforma. Mas a chegada dele ao Brasil ainda não tá confirmada.
**Acabamento e equipamentos:**
O acabamento das portas traseiras poderia ser melhor. É quase todo em plástico, com exceção de uma pequena faixa de couro sintético. Já na frente, o acabamento é mais refinado, com couro e materiais macios. As luzes de ambientação com 48 opções de cores são um destaque. Show!
O painel tem duas telas de 10,1 polegadas. A central multimídia é um dos pontos altos: vem com Google Automotive nativo! Isso significa conexão com a internet e acesso a mais de cem aplicativos diretamente na central. Esquece Android Auto e Apple CarPlay! Dá pra instalar apps de navegação, música, streaming… É tipo um smartphone integrado ao carro. Os comandos de voz também são rápidos e precisos.
O painel de instrumentos de 10 polegadas é configurável e mostra navegação, velocidade, conta-giros, nível de combustível… Dá pra deixar a navegação no painel e usar apps de música e notícias na central multimídia. O sistema de som é Harman Kardon com dez alto-falantes. E tem um pacote completo de ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista), incluindo: piloto automático adaptativo, centralização e permanência em faixa, assistente de manutenção de faixa de emergência (e-LKA), alerta de saída segura, Park Assist, câmera 360º, sensores de estacionamento e cinco modos de condução (Eco, Smart, Confort, Sport e Personalizável).
**Projeções de vendas:**
O lançamento nas lojas está previsto para o último trimestre de 2025. Como o preço ainda não foi divulgado, é difícil prever as vendas. Mas se a Renault colocar o Boreal na mesma faixa de preço dos concorrentes (entre R$ 180 mil e R$ 220 mil), ele tem boas chances.
A Renault tá passando por um momento complicado no Brasil, com vendas modestas. No primeiro semestre de 2025, o Kardian ficou apenas na 15ª posição, com 10.284 unidades vendidas – quase metade do Fiat Pulse (20.263 unidades). O Duster também não tá lá essas coisas, na 17ª posição com 8.599 unidades – quase cinco vezes menos que o líder, o Volkswagen T-Cross. Então, além de um produto bom como o Boreal, a Renault precisa de uma estratégia de preços competitiva pra realmente incomodar a concorrência. O desafio é oferecer um SUV médio com bom custo-benefício, abaixo do Compass e Corolla Cross em preço e proposta, mas sem abrir mão de espaço, tecnologia e conteúdo.
Fonte da Matéria: g1.globo.com