Olha só! O presidente russo, Vladimir Putin, soltou o verbo nesta sexta-feira (5): qualquer soldado ocidental pisando na Ucrânia vira alvo legítimo dos ataques russos. Aí, meu amigo, a coisa pegou fogo! A declaração dele veio um dia depois do presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar que 26 países se comprometeram a mandar tropas e garantir a segurança da Ucrânia após a guerra – uma força internacional, por terra, mar e ar. Isso mesmo, uma força multinacional!
“Se algum contingente militar estrangeiro aparecer na Ucrânia, principalmente agora, durante os combates, consideraremos isso um alvo legítimo para destruição”, disparou Putin em um fórum econômico em Vladivostok. Na real, a presença de tropas ocidentais na Ucrânia sempre foi um ponto crítico para o governo russo. Putin, mais uma vez, bateu na tecla de que uma das razões para a invasão foi impedir a entrada da Ucrânia na OTAN e a consequente instalação de forças da aliança no país. “Se houver decisões que levem a uma paz duradoura, não vejo sentido na presença dessas tropas na Ucrânia, ponto final”, completou ele.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que “milhares” de soldados estrangeiros poderiam ser enviados como parte de um acordo de paz. “Não serão poucos, mas sim milhares. É um fato, mas ainda é cedo para detalhes”, afirmou ele.
O planejamento das garantias de segurança para a Ucrânia após um possível cessar-fogo tá sendo liderado por países europeus, com a participação de outros membros da OTAN, como Japão e Canadá. A identidade dos 26 países que se comprometeram a enviar tropas, porém, ainda é segredo.
Apesar de Trump ter afirmado que os EUA não enviarão tropas, o jornal americano “NBC” especula que o país poderia liderar esforços de vigilância em uma eventual zona-tampão entre as regiões controladas pela Rússia e o restante da Ucrânia. Imaginem só!
Na quinta-feira (4), em Paris, líderes de mais de 30 países, incluindo o então presidente dos EUA, Donald Trump, e vários líderes europeus, se encontraram com Zelensky na chamada “Coalizão dos Dispostos” para discutir os próximos passos para o fim do conflito.
Macron, após a reunião, celebrou o compromisso dos 26 países em enviar tropas para a Ucrânia, “seja por terra, mar ou ar”, como garantia de segurança em caso de acordo de cessar-fogo. Zelensky comemorou: “Pela primeira vez em muito tempo, demos um passo concreto!”.
Zelensky também acusou a Rússia de rejeitar qualquer iniciativa de paz e anunciou a preparação de um novo pacote de sanções contra o governo Putin. “A Rússia está prolongando as negociações e a guerra. Precisamos aumentar o apoio à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia. O 19º pacote de sanções da União Europeia está em andamento, e o Japão também trabalha em medidas similares”, disse ele no Telegram.
Segundo um funcionário da Casa Branca, Trump pressionou os líderes europeus a pararem de comprar petróleo russo, argumentando que isso financia a guerra. Uma autoridade do governo republicano disse à Reuters que Trump questionou a seriedade das garantias de segurança, pois a Europa continuava a alimentar a economia russa. Ele também pediu pressão econômica sobre a China para que não financie os esforços de guerra da Rússia.
O presidente finlandês, Alexander Stubb, confirmou que Trump sugeriu sanções sobre petróleo e gás russos. Um projeto de lei da Comissão Europeia propõe eliminar gradualmente as importações de petróleo e gás russos da UE até 1º de janeiro de 2028.
Em outra reviravolta, Putin declarou em Pequim, na China, em 3 de setembro de 2025, que estava “pronto” para um encontro com Zelensky, mas em Moscou. Ele questionou a utilidade da reunião e disse que a ofensiva militar continuaria se o acordo não atendesse às exigências russas. Zelensky, por sua vez, declarou não acreditar na boa vontade de Putin, dizendo que a proposta de ir a Moscou demonstra a falta de interesse russo em um encontro real.
A possibilidade de um encontro entre Putin e Zelensky, o primeiro desde o início da guerra, havia sido levantada durante uma cúpula entre Putin e Trump no Alasca em meados de agosto, mas declarações posteriores de membros do governo russo esfriaram as expectativas. A cúpula no Alasca não resultou em propostas concretas para um cessar-fogo ou negociações de paz.
Fonte da Matéria: g1.globo.com