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Praga de gorgulho vermelho ameaça dizimar palmeiras no Uruguai

Olha só que situação: um pequeno inseto vermelho, o gorgulho-vermelho-das-palmeiras (Rhynchophorus ferrugineus), de apenas cinco centímetros, tá causando um verdadeiro estrago nas palmeiras uruguaias. A imagem é impactante: um jardineiro, de luvas, segura um desses bichinhos e seu casulo, encontrados em Montevidéu – uma cena que se repete por todo o país. (AP/Matilde Campodonico)

A praga chegou inesperadamente em 2022, vindo do Sudeste Asiático, ninguém sabe direito como. E o pior? A coisa tá se espalhando rápido! Primeiro, as folhas murcham. Depois, surgem buracos no tronco. Em pouco tempo, a palmeira, um verdadeiro símbolo nacional, cai. Milhares já foram vítimas desse ataque silencioso.

A diretora nacional de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente uruguaio, Estela Delgado, admitiu no mês passado: “Estamos atrasados, mas estamos trabalhando duro para resolver isso”. Na real, a demora preocupa! A preocupação maior é que a praga chegue às palmeiras nativas da reserva da biosfera da UNESCO, na fronteira com o Brasil. Se isso acontecer, a invasão pode se espalhar pelo continente todo, uma tragédia ambiental.

Esse inseto e seus estragos já foram vistos em 60 países, mas nunca antes na América do Sul. A primeira detecção foi em Canelones, perto de Montevidéu, onde mais de 2.000 palmeiras foram dizimadas em menos de um mês. Incrível, né?

A destruição é silenciosa. Os gorgulhos aproveitam as cicatrizes de podas para depositar seus ovos. As larvas então se alimentam do interior da palmeira, causando a morte em poucas semanas. Tipo assim, uma praga invisível que age por dentro.

Em março, o governo criou uma força-tarefa. Em maio, o Ministro do Meio Ambiente, Edgardo Ortuño, declarou o combate ao gorgulho “prioridade nacional”. Mas será que é suficiente?

Até agora, oito das 19 regiões do Uruguai estão infectadas, incluindo Montevidéu. Gerardo Grinvald, diretor da Equitec, empresa que ajuda no combate à praga, estima que metade das 19.000 palmeiras da capital já foram afetadas. Ele conta que o inseto ataca primeiro as palmeiras-das-canárias, tão comuns nas fotos do Uruguai, para depois ir para as tamareiras.

“É uma praga invisível”, diz Grinvald. A dificuldade de detectar a infestação no início faz com que os proprietários não tomem as medidas necessárias, facilitando a proliferação.

A prefeitura de Montevidéu investiu US$ 70.000 em pulverizações e injeções de inseticidas para salvar cerca de 850 árvores no Parque Rodó. Já em Punta del Este, US$ 625.000 foram destinados à remoção de árvores infectadas e ao uso de armadilhas de feromônio. Um investimento pesado, mas necessário.

Rafael dos Santos, morador de Montevidéu, resume o sentimento de muitos: “Estamos perdendo nossas palmeiras. Elas são históricas, fazem parte de nós”. A tristeza na voz dele reflete o impacto cultural e ambiental dessa ameaça. (AP/Matilde Campodonico)

Fonte da Matéria: g1.globo.com