A Porsche Brasil anunciou, na terça-feira (9), um investimento pesado de R$ 70 milhões para expandir sua rede de carregadores ultrarrápidos em rodovias brasileiras. A ideia? Instalar mais 66 pontos de recarga até 2028, numa parceria com a GreenV, especialista em infraestrutura para veículos elétricos. Olha só que notícia boa para quem curte um Taycan!
Atualmente, a Porsche já conta com 61 eletropostos, espalhados entre concessionárias e postos de uma parceria anterior. Com essa expansão, a marca vai chegar a 104 carregadores – alguns serão repassados para outras marcas, sabe? – distribuídos por cidades e rodovias. Imagina só a conveniência!
Cada novo eletroposto terá duas vagas: uma exclusiva para Porsche e outra aberta para outros veículos elétricos. A potência? Nada menos que 150 kWh! Isso significa que dá pra colocar uns 100 km de autonomia numa bateria em apenas 10 minutos. Tipo assim, o tempo de tomar um café e ir ao banheiro, como brinca Leonardo Reback, gerente de e-performance da Porsche Brasil. “É o tempo do cliente ir ao banheiro, tomar um café e voltar para o carro”, afirma ele.
A cobertura será nacional, com exceção da região Norte, e a meta é instalar carregadores a cada 100 km, com no máximo 200 km de distância entre os pontos. O primeiro eletroposto da nova parceria já está funcionando no restaurante Quinta do Marquês, na Rodovia Castello Branco, em São Paulo.
**Como funciona a recarga?**
Por causa da alta potência, esses carregadores são perfeitos para carros 100% elétricos. Alguns híbridos plug-in também rodam, mas a maioria não é compatível, já que não tem entrada para alta tensão.
Para usar os eletropostos Porsche, é preciso ter o app Porsche Recharge instalado. Ele libera o acesso à tomada, mas tem um custo: R$ 5 para desbloquear o plugue, mais R$ 2,90 por kWh consumido. Já na tomada compartilhada da GreenV, o desbloqueio também sai por R$ 5, mas o valor por kWh sobe para R$ 3,22. O acesso, nesse caso, é feito pelo app GVgo, que também gerencia a fila virtual.
Um Porsche Taycan de entrada (89 kWh) gastaria R$ 263,10 para uma carga completa. Já um porD Dolphin Mini (38 kWh) pagaria R$ 127,36. Para comparação, um Renault Kwid com tanque cheio de etanol (38 litros, a R$ 4,17/litro) sairia por R$ 158,46. Mas, é importante lembrar da autonomia: o Kwid faz cerca de 410 km com o tanque cheio, enquanto o Dolphin Mini roda 280 km com carga completa.
**Um cenário ainda em desenvolvimento**
Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os veículos eletrificados representam apenas 8% da frota nacional: 48% são híbridos plug-in, 36% totalmente elétricos e 16% híbridos convencionais. Ou seja, 84% dos eletrificados precisam de alguma tomada para recarregar. O Brasil tem cerca de 15 mil carregadores, mas apenas 16% são de corrente contínua (os rápidos). A gente tá bem atrás da China (1 carregador para cada 9 carros) e da União Europeia (1 para cada 12), com 1 carregador para cada 19 carros no Brasil, segundo a ABVE (14.827 no total, sendo 12.397 lentos e 2.430 rápidos).
Apesar disso, Peter Vogel, CEO da Porsche Brasil, se mostra otimista. “Mais de 85% da eletricidade gerada no país vem de fontes limpas e renováveis, muito acima da média global. Nós acreditamos na eletrificação, e a combinação destas características com a evolução constante da tecnologia impulsionará a adoção de veículos eletrificados no Brasil”, afirma. A gente espera que ele esteja certo!
Fonte da Matéria: g1.globo.com