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O Cérebro do Seu Celular: Entenda o Processador e Como Ele Funciona

Olha só, você já parou pra pensar no que faz seu celular funcionar tão rápido? A resposta, meu amigo, é o processador! Ele é o verdadeiro cérebro do seu smartphone, presente em praticamente tudo que você faz nele. Dá pra ver a peça principal, onde ele fica, numa foto de um celular desmontado – é a maior parte da placa-mãe. (Dan Cristian Pădureț/Pexels)

Esse chip precisa ser esperto, viu? Ele precisa abrir apps em milissegundos, controlar o consumo da bateria e ainda fazer várias coisas ao mesmo tempo sem travar. Mas, calma, o processador do celular não é igual ao do seu computador. No PC, cada componente é separado: placa-mãe, processador, placa de vídeo… Já nos smartphones, a coisa é diferente.

Gigantes como Apple, MediaTek, Qualcomm e Samsung criaram uma solução genial: o SoC, ou System on a Chip – sistema em um único chip. Tipo assim, é um “tudo-em-um” que junta o essencial em uma única peça:

* CPU (o processador, o cara principal)
* GPU (a placa de vídeo, responsável pelos gráficos)
* NPU (unidade de processamento neural, para inteligência artificial – IA, sabe?)
* ISP (processador de sinal de imagem, fundamental para suas fotos)
* Módulos de conectividade (5G, Wi-Fi, Bluetooth – tudo junto!)

Preparamos algumas perguntas e respostas para te ajudar a entender melhor esse “cérebro” tecnológico:

**Como se mede o desempenho do processador?**

Imagine a construção de um processador como a de um motor de carro, explica Samir Vani, diretor da MediaTek no Brasil. Precisa ser um equilíbrio perfeito entre as funcionalidades para evitar travamentos. O desempenho depende da arquitetura e geração do processador (quanto mais novo, melhor!), da velocidade do clock (a frequência de trabalho) e do número de núcleos da CPU (hoje, o padrão é de 8 a 10 núcleos).

Abrir um jogo, por exemplo, exige que o processador “inicie o aplicativo”, mas o SoC distribui a tarefa: a CPU cuida do básico, enquanto a GPU assume os gráficos. E dependendo do celular, a NPU também entra na jogada! A mágica é o SoC balancear tudo: rodar o game em alta resolução, sem travar, com gráficos incríveis e gastando pouca bateria. “Hoje, os processadores têm recursos de placas de vídeo de ponta, como o Ray Tracing, que simula a luz real para gráficos mais realistas”, destaca Helio Oyama, diretor da Qualcomm.

Cada fabricante ajusta o SoC de acordo com as especificações do smartphone, mas todos seguem as instruções da ARM, uma empresa inglesa que detém a “receita” dos chips para celulares.

**Um celular dobrável tem chip diferente?**

Na real, é quase o mesmo chip, com pequenas adaptações. Ele precisa ser potente para lidar com as demandas específicas, como múltiplas telas, segundo Oyama. Aí entra a otimização: fabricantes de chips e marcas de celulares trabalham juntos. “Ajustes na GPU para lidar com as telas interna e externa com mais eficiência”, completa o executivo da Qualcomm. (Galaxy Z Fold7 aberto: apenas 4,2 mm de espessura – Samsung/Divulgação)

**Por que os celulares mais caros têm processadores melhores?**

Os tops de linha usam chips mais avançados, fabricados em processos nanométricos. Um nanômetro é a bilionésima parte de um metro! “Os nanômetros se referem à litografia, a distância entre transistores. Quanto menor, mais transistores cabem no chip”, explica Oyama. Mais transistores significam mais velocidade e desempenho sem aumentar o tamanho do SoC.

Os chips mais novos, como o Apple A18 Pro (iPhone 16 e 16 Pro Max), Qualcomm Snapdragon 8 Elite (Samsung Galaxy Z Fold7), Samsung Exynos 2400 (Galaxy S24 FE) e MediaTek Dimensity 9400+ (Oppo e Vivo na Ásia), são feitos com processos de 3 nanômetros, o que há de mais avançado. Celulares intermediários usam chips de 4 a 6 nanômetros. Há dez anos, eram 28 nanômetros, como o Apple A7 do iPhone 5C.

**O que o controle de temperatura tem a ver com o processador?**

Processador muito quente? Celular esquenta na sua mão! “Isso reduz o desempenho e aumenta o consumo de energia”, alerta Vani. Mais calor significa menos bateria. Os SoCs usam algoritmos para gerenciar os componentes e otimizar tudo.

**Carga rápida tem relação com o processador?**

Sim! Além de controlar a energia para a bateria durar mais, o SoC também gerencia o carregamento. Não precisa ser o celular mais top; modelos intermediários novos (como alguns chineses que chegaram ao Brasil) suportam carregadores de 45W, 60W e até 100W, bem rápidos! O carregador padrão do iPhone é de 20W, pra comparar. O chip controla a corrente e voltagem enviadas à bateria, diminuindo drasticamente o tempo na tomada. “Carregar de 5% a 70% em 20 minutos muda a forma como o usuário interage com o aparelho”, diz Vani.

**IA impacta o uso do celular?**

As novas funções de IA no celular mexem com a privacidade. Ao usar editores de imagem para remover ou recriar partes de uma foto (Galaxy S25 ou iPhone 16, por exemplo), os dados costumam ir para a nuvem do Google, Samsung ou Apple. A NPU do SoC entra para reduzir o envio desses dados pessoais. Assim como a GPU, ela alivia o processador. E, de novo, a bateria agradece: o processamento no celular gasta menos energia, sem precisar de Wi-Fi ou 5G para enviar os dados.

**Como saber qual o melhor processador?**

Avalie o desempenho geral, a eficiência energética e as capacidades do celular (tela, bateria, câmeras etc.). A última geração dos fabricantes (Apple, MediaTek, Samsung e Qualcomm) costuma ser uma boa pedida. Os SoCs mais recentes são:

* **Apple:** A16 Bionic, A17 Pro, A18 e A18 Pro (iPhone 15 em diante)
* **MediaTek:** Dimensity 9300 e 9400 (topo de linha), 7200 e 8300 (intermediários) e 6300 (básicos)
* **Samsung:** Exynos 2400 e 2500 (topo de linha), 1580 (intermediários) e 1530 (básicos)
* **Qualcomm:** Snapdragon 8 Elite (topo de linha), 7 Gen 4 e 6 Gen 4 (intermediários), 4 Gen 2 (básicos)

Veja alguns smartphones com os SoCs mais recentes da Apple, Qualcomm e MediaTek. Em agosto, os preços variavam de R$ 4.000 a R$ 13.600 em lojas online. (Apple iPhone 16 Pro Max, Motorola Edge 60 Pro, Samsung Galaxy Z Fold7, Xiaomi 14T).

*Esta reportagem foi produzida com total independência editorial. A Globo pode receber receita por meio de parcerias comerciais caso o leitor adquira produtos por meio de links disponibilizados. A Globo não tem controle ou responsabilidade sobre a experiência de compra. Reclamações devem ser direcionadas ao lojista.*

Fonte da Matéria: g1.globo.com