Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

Nobel Stiglitz: Lula, um exemplo de resistência à pressão de Trump

O Nobel de Economia Joseph Stiglitz defendeu que líderes mundiais sigam o exemplo do presidente Lula, reagindo com firmeza à pressão e ao que chamou de “bullying” de Donald Trump e dos Estados Unidos. Num artigo publicado pelo Project Syndicate, organização internacional de mídia sem fins lucrativos, Stiglitz, ex-conselheiro de Bill Clinton e ex-economista chefe do Banco Mundial, escreveu que o Brasil, sob a liderança de Lula, reafirmou seu compromisso com o Estado de Direito, mesmo diante da aparente renúncia dos EUA aos seus próprios princípios constitucionais. “Olha só, a postura do Brasil é um exemplo para outros países!”, afirma o economista.

Stiglitz critica duramente a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras por Trump, classificando-a como ilegal e uma interferência na soberania nacional. Na real, segundo ele, Trump ignora a Constituição americana, que reserva ao Congresso o poder exclusivo de estabelecer taxas. “Isso é um absurdo!”, exclama o Nobel. A situação lembra, inclusive, a preparação de uma nova base legal pelos EUA para justificar essas tarifas abusivas.

O artigo traça um paralelo entre a resposta americana à tentativa de Trump de minar a transição pacífica de poder e a democracia, e o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Stiglitz argumenta que Bolsonaro tentou imitar o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021, enquanto a tentativa de golpe em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, foi ainda maior, mas as instituições brasileiras se mantiveram firmes, exigindo a responsabilização de Bolsonaro. Bolsonaro, atualmente, responde por tentativa de golpe no STF, usando tornozeleira eletrônica e com restrições nas redes sociais.

Trump, segundo Stiglitz, “viola o Estado de Direito” ao pressionar o Brasil a abandonar o processo contra Bolsonaro, chamando a ação da justiça brasileira de “caça às bruxas” contra um aliado. “Me parece que Trump tá querendo interferir na soberania brasileira!”, comenta o economista. Stiglitz lembra que, após sua posse, Trump perdoou todos os condenados pelos atos de 6 de janeiro, incluindo os mais violentos, deixando cinco mortos e mais de cem policiais feridos. “Ele foi cúmplice!”, afirma Stiglitz.

O Brasil, assim como a China, se recusou a ceder às pressões americanas. Lula chamou a ameaça de Trump de “chantagem inaceitável”, declarando que “nenhum estrangeiro vai dar ordens a este presidente”. Stiglitz destaca a coragem do Brasil em confrontar Trump não apenas na questão comercial, mas também na regulamentação de plataformas tecnológicas americanas. “Tipo assim, esses oligarcas tecnológicos usam seu poder para impor suas estratégias, causando danos e disseminando desinformação”, aponta o economista.

O governo Trump também acusou o STF de censura por determinar a remoção de postagens e perfis nas redes sociais que atacavam a democracia e a própria Corte. Embora o anúncio das tarifas tenha aumentado a popularidade de Lula, Stiglitz enfatiza que a posição do presidente brasileiro não se baseia em cálculos políticos, mas sim na crença no direito do Brasil à autodeterminação. “Lula tá defendendo a soberania nacional!”, afirma Stiglitz.

Concluindo, Stiglitz apela para que outros líderes mundiais demonstrem a mesma coragem diante da intimidação americana. “Trump minou a democracia e o Estado de Direito nos EUA, talvez irreparavelmente. Não podemos deixar que ele faça o mesmo em outros lugares”, alerta o Nobel.

Fonte da Matéria: g1.globo.com