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Mistério no Ar: Queda do Boeing 787 da Air India – O que sabemos e o que ainda precisa ser esclarecido?

A queda do Boeing 787-8 da Air India em Ahmedabad, em junho, continua gerando perguntas. Um relatório preliminar, divulgado em 11 de julho, trouxe novas informações bombásticas, mas também deixou muitas dúvidas no ar. O Wall Street Journal (WSJ) publicou, na quarta-feira (16), detalhes preocupantes obtidos de fontes ligadas à investigação americana. A gravação da caixa-preta revela um detalhe chocante: os pilotos desligaram o fornecimento de combustível dos motores!

**O que o relatório preliminar revelou?**

Olha só: o relatório e a caixa-preta mostram que o combustível foi cortado dos dois motores apenas três segundos após a decolagem. Os botões, localizados no painel e com trava de segurança contra acionamentos acidentais – tipo, você precisa puxar e levantar pra mudar a posição – foram acionados pelo comandante, um a um, com um segundo de intervalo entre cada um. Isso, na real, é assustador! Depois, instantes antes da queda, os botões foram religados e encontrados na posição “run” pelos investigadores. O copiloto questionou o comandante sobre a manobra, demonstrando pânico, enquanto o comandante, segundo a gravação, permaneceu calmo. Antes do impacto, um deles perguntou “por que você desligou?”, e o outro respondeu que não havia feito nada. Que situação, hein?

A aeronave, um Boeing 787 Dreamliner, estava em perfeitas condições de voo, segundo a investigação. Os flaps estavam corretamente posicionados para a decolagem, e o combustível estava em níveis adequados. Não houve recomendações para a Boeing ou para a fabricante dos motores, indicando que ambos estavam funcionando normalmente. O avião começou a perder altitude aos 198 metros, caindo sobre um prédio da faculdade de medicina em área residencial, causando uma tragédia que deixou 260 mortos, incluindo 29 pessoas em solo, com apenas um sobrevivente. Após o acidente, as autoridades indianas ordenaram inspeções em todos os 33 Dreamliners da Air India.

**As grandes perguntas que permanecem:**

Por que o combustível foi cortado? Essa é a questão principal! O relatório levanta a hipótese de um ato proposital, já que especialistas consideram um acionamento acidental praticamente impossível. Mas qual a motivação? O relatório não indica qualquer emergência que justificasse tal ação.

E a conversa na cabine? O relatório não transcreve a conversa na íntegra, nem identifica quem fez a pergunta crucial sobre o corte do combustível. Analistas consideram essa omissão totalmente inaceitável.

E o que aconteceu entre o corte e a religagem? Esse período crucial permanece um mistério.

Como estavam os motores antes do corte? Essa informação é fundamental, pois ligar e desligar os interruptores pode ser um procedimento para tentar religar um motor com problemas. O relatório não traz essa informação.

**Críticas e o debate sobre câmeras na cabine:**

O relatório preliminar foi criticado por ser muito superficial e seletivo. A Associação de Pilotos Comerciais da Índia e o CEO da Air India pediram cautela, alertando contra conclusões precipitadas, como a hipótese de suicídio do piloto, com base em dados incompletos.

A suspeita de um ato proposital reacendeu o debate sobre câmeras na cabine. A instalação de câmeras poderia ajudar a esclarecer muitos pontos obscuros, mas há preocupações com a privacidade dos pilotos, o uso indevido das imagens e o risco de vazamento.

**Cronologia do acidente (horário local da Índia):**

* 13h38:39: Decolagem de Ahmedabad com destino a Londres.
* 13h38:42: Corte do combustível. Motores perdem potência.
* 13h38:47: Acionamento da turbina de emergência (RAT).
* 13h38:52: Religamento do botão do motor 1.
* 13h38:56: Religamento do botão do motor 2.
* 13h39:05: Chamada de emergência “Mayday, Mayday, Mayday”.
* 13h39:11: Gravadores param de funcionar (impacto).

O comandante Sumeet Sabharwal tinha mais de 15 mil horas de voo e era instrutor da Air India. O copiloto Clive Kunder tinha mais de 3 mil horas de experiência. No momento do acidente, Kunder estava no comando ativo.

A investigação continua, sem previsão para a divulgação do relatório final. O que aconteceu naquele Boeing 787 da Air India continua sendo um mistério que precisa ser totalmente desvendado.

Fonte da Matéria: g1.globo.com