Olha só a polêmica que o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, causou! No último domingo (3), ele foi à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, e, acredite, fez uma oração ali. Isso, gente, é um baita desafio às regras de um dos lugares mais sensíveis do Oriente Médio! A Esplanada, que pra muçulmanos é o complexo da mesquita Al-Aqsa, tá no centro do conflito entre israelenses e palestinos. A atitude dele? Uma tremenda provocação, considerada assim pelo mundo islâmico inteiro. Na real, Ben Gvir quebrou um acordo histórico que proíbe orações judaicas no local, e isso gerou uma enxurrada de críticas de vários países da região.
E não parou por aí, não! Durante a visita, esse político de extrema direita ainda soltou a ideia de uma ocupação total de Gaza por Israel. Com o governo de Benjamin Netanyahu já sofrendo pressão internacional por conta da fome na região palestina, essa atitude de Ben Gvir, que os judeus chamam de Monte do Templo, quase que comprometeu as negociações para um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, que começou em outubro de 2023. Uma situação tensa, né?
Em um vídeo gravado no local, Ben Gvir declarou: “Assim como mostramos que podemos exercer nossa soberania no Monte do Templo, também é possível conquistar toda a Faixa de Gaza e promover a emigração voluntária”. Meu Deus! Ele ainda justificou tudo dizendo que Israel precisa responder aos “vídeos horríveis” de reféns israelenses divulgados por grupos militantes palestinos – vídeos onde um deles aparece desnutrido e cavando a própria sepultura. Coisas terríveis.
Netanyahu, tentando controlar os danos, disse que a política de Israel em relação ao Monte do Templo continua a mesma, ou seja, manter o status quo. Mas, convenhamos, a declaração não acalmou os ânimos.
A reação internacional foi imediata. A Autoridade Palestina chamou a ação de Ben Gvir de “escalada perigosa”. Já a Jordânia, a Turquia e a Arábia Saudita também condenaram a atitude, considerada uma provocação pelo jornal israelense Haaretz. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia, em comunicado, disse: “Condenamos veementemente a invasão na Mesquita de Al-Aqsa por ministros israelenses, sob proteção policial e acompanhados por colonos”. E ainda acrescentaram que a segurança de Al-Aqsa e a preservação de Jerusalém são responsabilidades da humanidade.
Vale lembrar que em 2023, Ben Gvir já havia causado uma crise ao visitar a Esplanada, embora naquela ocasião não tenha feito orações públicas.
A Mesquita de Al-Aqsa é sagrada tanto para judeus quanto para muçulmanos, e é um ponto crucial de conflito entre israelenses e palestinos. Construída sobre as ruínas de dois templos judaicos, em Jerusalém Oriental, a área foi ocupada por Israel em 1967, em uma ação não reconhecida pela comunidade internacional. Existe um acordo com a Jordânia, guardiã do local, que permite a visita de não-muçulmanos, mas proíbe orações judaicas. Esse acordo, conhecido como “status quo”, tem sido violado nos últimos anos por visitantes judeus nacionalistas, inclusive parlamentares. Mas a oração pública de Ben Gvir, no domingo – dia da Tisha B’Av, data que marca a destruição dos templos judaicos no calendário hebraico – foi inédita para um ministro israelense, segundo a mídia local. Uma situação extremamente delicada que pode acirrar ainda mais o conflito na região.
Fonte da Matéria: g1.globo.com