Imagens aéreas mostraram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro carregando uma imensa bandeira americana na Avenida Paulista, em São Paulo, durante os protestos do 7 de Setembro. A cena, registrada por Nelson Almeida/AFP, resume bem o clima tenso que tomou conta do país. Os atos, protagonizados tanto por bolsonaristas quanto por grupos de esquerda, expuseram, na real, a profunda divisão que marca o Brasil atualmente, principalmente à beira do veredito do STF sobre a tentativa de golpe de Estado atribuída a Bolsonaro, aguardado para esta semana.
Os protestos, que ecoaram por todo o país, ganharam destaque na imprensa internacional, inaugurando, digamos assim, uma semana crucial para o futuro político brasileiro. Diversos veículos noticiaram que apoiadores de Bolsonaro desafiaram abertamente o presidente Lula e clamaram por uma intervenção do ex-presidente americano, Donald Trump.
No domingo, 7 de setembro, ambos os lados se fizeram presentes nas ruas. Enquanto movimentos de esquerda se manifestaram contra a anistia a condenados por atos golpistas e em defesa da soberania nacional, os apoiadores de Bolsonaro atacaram verbalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, suplicando, inclusive, a intervenção dos EUA para evitar uma eventual condenação do ex-presidente.
O jornal espanhol “El País”, por exemplo, registrou o embate como uma demonstração de força entre “dois Brasis” nas ruas, às vésperas da decisão sobre Bolsonaro. Já o “The Guardian”, do Reino Unido, destacou os apelos desesperados por uma intervenção de Trump, reforçando a gravidade da situação aos olhos do mundo.
O “The New York Times” enfatizou a presença massiva de manifestantes em várias cidades brasileiras, descrevendo o clima como de tensão extrema, antecipando a condenação de Bolsonaro. Na Argentina, o “La Nación” ressaltou o desafio direto de Lula por parte dos bolsonaristas.
Vamos aos detalhes:
**El País (Espanha):** A reportagem descreveu o embate entre o “Brasil institucional”, representado por Lula, e o bolsonarismo, lembrando que Bolsonaro, em prisão domiciliar por violação de medida cautelar, não participou dos protestos. Uma foto impactante mostrava um manifestante com as bandeiras do Brasil, EUA e Israel pintadas no rosto.
**The Guardian (Reino Unido):** O jornal britânico enfatizou os pedidos desesperados por ajuda a Trump, citando inclusive o depoimento de uma manifestante em Brasília que considerava o ex-presidente americano como “o último recurso”. A reportagem também mencionou as sanções americanas contra Alexandre de Moraes e as tarifas impostas a produtos brasileiros, além do discurso de Lula condenando interferências estrangeiras no julgamento.
**The New York Times (EUA):** O jornal americano destacou a força política de Bolsonaro, mesmo durante o julgamento que pode resultar em mais de 40 anos de prisão. A reportagem frisou a imensa quantidade de brasileiros nas ruas.
**La Nación (Argentina):** O jornal argentino enfatizou o desafio a Lula por parte dos manifestantes bolsonaristas, na véspera do veredito do STF.
**The Washington Post (EUA):** O “Post” relatou o retorno do verde e amarelo como símbolo dos protestos contra o julgamento, mencionando ainda a estimativa de mais de 40 mil participantes, segundo dados da USP.
**Le Figaro (França):** O jornal francês considerou as manifestações uma demonstração de força em apoio a Bolsonaro, lembrando sua inelegibilidade até 2030 e sua prisão domiciliar desde o início de agosto.
Em resumo, os protestos de 7 de Setembro foram um claro sinal da polarização política brasileira, repercutindo fortemente na imprensa internacional e amplificando a expectativa em torno do julgamento de Jair Bolsonaro. A busca por apoio externo, principalmente nos EUA, chamou a atenção global, expondo a fragilidade da democracia brasileira para o mundo.
Fonte da Matéria: g1.globo.com