Nicolás Maduro, presidente venezuelano, pediu aos Estados Unidos, na sexta-feira (5), uma redução imediata das tensões entre os países. Em uniforme militar, ele alertou para o risco de um “conflito militar de grande impacto”, acusando novamente o governo Trump de planejar uma “mudança violenta de regime” na Venezuela. “Sabe?”, começou Maduro em um encontro noturno com membros da milícia, “os EUA precisam abandonar esse plano mirabolante de mudança de regime na Venezuela e em toda a América Latina e Caribe. Respeito ao Trump, mas nenhuma diferença, por maior que seja, justifica um conflito dessa magnitude na América do Sul. Isso é inaceitável!”.
Horas antes, Donald Trump, presidente americano, havia autorizado o Exército dos EUA a abater aviões venezuelanos que ameaçassem navios de guerra americanos no Caribe. A decisão acendeu o alerta para uma possível escalada da tensão. A Casa Branca justifica a mobilização militar na região como uma operação contra o tráfico de drogas. Olha só: na sexta-feira, dez caças F-35 foram enviados para a base de Porto Rico, região próxima à onde sete navios e um submarino nuclear americano estão posicionados.
A faísca que quase acendeu o pavio foi o sobrevoo de dois caças venezuelanos sobre o destróier USS Jason Dunham, na quinta-feira. O navio participava de operações antidrogas, segundo o governo americano. Trump prometeu “problemas sérios” à Venezuela caso isso se repetisse. A ação foi classificada pelo Pentágono como “altamente provocativa”, uma clara demonstração de força por parte de Caracas. O comunicado do Pentágono afirma que o sobrevoo venezuelano visava interferir nas operações anti-narcotráfico dos EUA. Os caças venezuelanos eram F-16.
Segundo a CNN internacional, Trump estaria considerando bombardeios em território venezuelano contra alvos ligados a cartéis de drogas. Fontes da emissora americana afirmaram que o ataque a um navio venezuelano, que deixou 11 mortos no Caribe, foi “apenas o começo”. Na real, a situação tá tensa!
Maduro rebateu as acusações, afirmando que a ofensiva americana é um “beco sem saída”. Ele negou veementemente ser chefe de um cartel de drogas: “O que eles dizem sobre a Venezuela não é verdade. Sempre estivemos abertos ao diálogo, mas exigimos respeito ao nosso país e ao nosso povo!”.
Trump, por sua vez, minimizou os rumores de que busca uma mudança de regime, mas chamou a reeleição de Maduro de “estranha”, acusando a Venezuela de enviar drogas e criminosos para os EUA. O governo americano acusa Maduro de liderar o Cartel de Los Soles e oferece US$ 50 milhões (cerca de R$ 270,6 milhões) por sua captura. Me parece que a situação está longe de se resolver pacificamente. A crise no Caribe é iminente.
A imagem de Donald Trump e Nicolás Maduro, respectivamente, presidente dos EUA e líder chavista da Venezuela, ilustra bem o clima de tensão entre os dois países.
Fonte da Matéria: g1.globo.com