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Maduro acusa EUA de enviar frota armada para a Venezuela e promete “luta armada” em caso de agressão

Olha só que situação tensa! O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, soltou o verbo nesta segunda-feira (1º de setembro de 2025) durante uma entrevista coletiva. Ele acusou os Estados Unidos de enviar uma força naval gigantesca rumo à Venezuela, representando, segundo ele, a maior ameaça à América Latina em um século. Na real, Maduro disse que oito navios de guerra americanos, além de um submarino, estão a caminho, todos portando um arsenal de 1.200 mísseis apontados, segundo ele, para o território venezuelano.

A declaração foi bombástica: Maduro prometeu “luta armada” caso haja qualquer tipo de agressão contra o país. “Se a Venezuela for agredida, a gente entra imediatamente em luta armada para defender nosso território, nossa história e nosso povo”, disparou o presidente. Meu Deus!

Tudo começou em meados de agosto, quando o governo Trump enviou essa força naval, incluindo um submarino e aviões espiões, para perto da costa venezuelana. A justificativa oficial? Uma operação contra cartéis de drogas na América Latina. Mas, sabe como é, muita gente tá desconfiando… A possibilidade de uma intervenção contra o regime de Maduro está no ar, embora o governo Trump oficialmente não confirme nem desminta.

Maduro, claro, não ficou quieto. Ele classificou a ação americana como “criminosa e imoral” durante a entrevista. A operação americana, segundo informações, envolve pelo menos sete navios, incluindo um esquadrão anfíbio, cerca de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.

A estratégia dos EUA se baseia na acusação de que Maduro lidera o Cartel de los Soles, considerado pelos EUA uma organização terrorista. Os americanos consideram Maduro um fugitivo da Justiça e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se esquivou de comentar os objetivos militares, mas garantiu que o governo Trump usará “toda a força” contra Maduro. Nossa!

O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Fontes ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão futura. Enquanto isso, Caracas se diz ameaçada e mobiliza militares e milicianos para se defender.

Analistas da Reuters acham que a frota enviada ao sul do Caribe é desproporcional para uma simples operação antidrogas. Um esquadrão anfíbio, por exemplo, é ferramenta ideal para uma invasão terrestre. Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, afirma que uma invasão terrestre pode ser inviável a princípio, mas um bombardeio é perfeitamente possível. “É uma situação parecida com a do Irã, alguns meses atrás. A quantidade de recursos militares que os EUA enviaram para o Oriente Médio e agora para o Caribe mostra que eles estão falando sério”, disse Santoro. “Não é blefe. Há preparação para algum tipo de intervenção militar.”

A justificativa oficial dos EUA é o combate às drogas. Mas, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU, as principais drogas consumidas nos EUA não vêm da Venezuela. Há quem diga que o interesse de Trump é o petróleo venezuelano. Em 2023, antes da reeleição, ele chegou a declarar que, se tivesse vencido as eleições de 2020, teria aproveitado a crise na Venezuela para “tomar” o país e “pegar todo aquele petróleo”. A Venezuela, segundo o Relatório Mundial de Energia de 2025, detém as maiores reservas de petróleo do mundo (302,3 bilhões de barris), enquanto os EUA ocupam a 9ª posição e o Brasil, a 15ª.

Segundo o Axios, conselheiros de Trump ainda não decidiram se a operação militar visa uma mudança de regime na Venezuela. Trump pediu um “menu de opções” e ainda não decidiu. Fontes negaram que uma invasão esteja descartada, mas a consideram improvável no momento. As possibilidades em discussão incluem ataques aéreos contra instalações ligadas à produção de cocaína ou a cartéis, e até mesmo o uso de drones contra o próprio Maduro — hipótese considerada menos provável.

Santoro avalia que, em um eventual ataque americano, a capacidade defensiva da Venezuela seria muito limitada, tendo em vista o arsenal militar venezuelano defasado e pequeno em comparação ao poderio americano.

Diante da ameaça, o governo venezuelano enviou uma carta à ONU pedindo ajuda, classificando a ofensiva americana como uma “ameaça gravíssima” e solicitando pressão sobre Washington para que respeite a soberania venezuelana. A carta, enviada ao secretário-geral António Guterres na quarta-feira (27), apela para que a organização internacional não permita “que, em pleno século XXI, ressurjam políticas de força que ponham em risco a paz e a segurança internacional”. A ONU ainda não se pronunciou.

Maduro, por sua vez, apareceu fardado em visita a tropas, afirmando que o país está “mais preparado para defender a paz, a soberania e a integridade territorial” diante do que chamou de “guerra psicológica” dos EUA. Na semana passada, ele já havia anunciado a mobilização de 4,5 milhões de milicianos e o envio de 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia. A situação é, no mínimo, preocupante.

Fonte da Matéria: g1.globo.com