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Lula se reúne em Roma com Julian Assange, do WikiLeaks


Encontro não consta da agenda oficial do presidente divulgada pelo Palácio do Planalto para a viagem do presidente, motivada pelo funeral do papa Francisco. Lula em encontro com Julian Assange em Roma
PR/Divulgação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na última sexta-feira (25) com o jornalista australiano Julian Assange.
O encontro aconteceu durante a viagem de Lula para participar do velório do papa Francisco, no Vaticano, e não consta da agenda oficial do presidente divulgada pelo Palácio do Planalto.
Julian Assange é o fundador do WikiLeaks, que vazou documentos confidenciais dos Estados Unidos. O WikiLeaks ganhou notoriedade em 2010 ao divulgar um vídeo de um ataque de helicóptero dos EUA no Iraque.
Assange enfrentou várias acusações em razão dos vazamentos e passou sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres antes de ser preso em 2019. Recentemente, ele fez um acordo com a Justiça dos EUA e foi libertado da prisão no Reino Unido em junho de 2024.
Como parte do acordo, Assange se declarou culpado por violar a lei de espionagem dos EUA, mas o tempo de pena já foi cumprido durante sua reclusão.
Quem é Julian Assange
Assange tem 52 anos e nasceu na Austrália. Durante a adolescência, ficou conhecido por suas capacidades em programação computacional.
Em 1995, ele enfrentou seu primeiro problema judicial: foi acusado por um tribunal australiano de cometer crimes cibernéticos. À época, o jovem Assange só não foi para a cadeia por prometer que não cometeria novas infrações.
Segundo as acusações, ele e um amigo eram hackers e cometeram uma série de infrações. Assange acabou sendo multado e liberado.
Ainda no fim da década de 1990, foi coautor do livro “Underground: Tales of Hacking, Madness and Obsession on the Electronic Frontier”, lançado com a pesquisadora e jornalista Suelette Dreyfus. Ele também foi para a Universidade de Melbourne, onde estudou matemática e física.
O que é o WikiLeaks
O WikiLeaks surgiu em 2006 como uma ferramenta digital onde documentos secretos pudessem ser vazados. A técnica usada é conhecida como “dead letter box”, que é um método de espionagem. O grupo era composto por ativistas, que recebiam materiais sigilosos.
Apesar de ter surgido em 2006, o WikiLeaks só ficou famoso em 2010, quando vazou um vídeo sigiloso que mostrava um ataque de helicóptero dos Estados Unidos no Iraque. O ataque em questão aconteceu em 2007 e deixou 12 mortos.
Ainda em 2010, a rede divulgou cerca de 490 mil documentos militares dos Estados Unidos sobre as guerras no Iraque e Afeganistão. Os arquivos eram considerados como classificados, ou até mesmo secretos.
Entre os vazamentos estavam vídeos que exibiam assassinatos de civis, jornalistas, além de abusos cometidos por autoridades dos EUA e outros países.
Acordo que dá liberdade para Julian Assange, do WikiLeaks, repercute no mundo
Com o sucesso do grupo, Assange deixou de ter endereço fixo e passou a administrar a plataforma de lugares diferentes.
“Para manter nossas fontes seguras, tivemos que espalhar recursos, criptografar tudo e mudar telecomunicações e pessoas ao redor do mundo para ativar leis de proteção em diferentes jurisdições nacionais”, disse Assange à BBC, em 2011.
A divulgação dos documentos classificados se tornou, à época, a maior brecha na segurança militar dos Estados Unidos já registrada. O caso irritou políticos e oficiais norte-americanos.
As autoridades chegaram a afirmar que os vazamentos colocavam vidas em risco, já que revelava identidades de pessoas que cooperavam com os militares norte-americanos no Oriente Médio.
Em 2016, o WikiLeaks ganhou novamente os holofotes ao vazar milhares de e-mails da campanha presidencial de Hillary Clinton à Casa Branca. Mais tarde um relatório do Senado dos EUA apontou que a Rússia usou o grupo para ajudar a eleger Donald Trump.
A Rússia nega a acusação, enquanto Trump chamou o relatório de “farsa”.

Fonte da Máteria: g1.globo.com