Desde que assumiu a Presidência em janeiro de 2023, Lula tem se dedicado à diplomacia, viajando e negociando com líderes globais. Isso inclui conversas com Putin e Zelensky sobre a guerra na Ucrânia, articulações com o BRICS contra tarifas americanas e esforços para fechar o acordo Mercosul-União Europeia. Mas, a gestão Lula também enfrenta atritos com três países: Estados Unidos, Israel e Venezuela. Vamos analisar as semelhanças e diferenças dessas disputas.
**Semelhanças:**
* **Silêncio entre líderes:** A comunicação tá bem ruim entre Lula e os líderes dos três países. Com Trump, a conversa não rolou desde a posse dele, em janeiro de 2023. Com Netanyahu, o clima esquentou depois das declarações de Lula comparando a situação em Gaza ao nazismo. E com Maduro, o diálogo congelou após Lula cobrar a transparência eleitoral na Venezuela. Olha só, nenhum papo direto entre eles!
* **Ataques e desinformação:** Os três países revidaram com ataques diretos ao Brasil e disseminação de *fake news*. Trump, por exemplo, alegou um déficit comercial americano com o Brasil, o que não condiz com os dados oficiais – os EUA exportam mais para o Brasil do que importam. Netanyahu acusou Lula de apoiar o Hamas, mesmo com o Brasil condenando os ataques de ambos os lados. Maduro, por sua vez, espalhou inverdades sobre o processo eleitoral brasileiro, dizendo que não há auditoria. Uma situação complicada, né?
* **Pressão por acordos:** Em todos os casos, o governo Lula cobra negociações ou o cumprimento de acordos. Com a Venezuela, a questão é o Acordo de Barbados, que previa eleições limpas. Com os EUA, a briga é pelo “tarifaço”. E com Israel, o foco é garantir a chegada de ajuda humanitária a Gaza, algo que, segundo relatórios internacionais, tá sendo dificultado – o que, segundo o Brasil, pode configurar crime de guerra. A busca por soluções justas é constante.
**Diferenças:**
* **Origens dos atritos:** As causas das disputas são diferentes. Com os EUA, a questão principal é comercial, com implicações políticas e diplomáticas, incluindo a menção de Trump à situação jurídica de Bolsonaro. Com Israel, o atrito é essencialmente diplomático, derivado das declarações polêmicas de Lula sobre Gaza. Já com a Venezuela, a raiz do problema é política, centrada na falta de transparência eleitoral. São contextos bem distintos.
* **Como a diplomacia tem lidado:** A estratégia brasileira varia de acordo com cada país. Com os EUA, o Itamaraty buscou diálogo, mas a figura de Escobar não é considerada um interlocutor de peso para resolver o “tarifaço”. Com Israel, a ausência de embaixador sinaliza a gravidade da crise. E com a Venezuela, a declaração de “quebra de confiança” por Celso Amorim refletiu a deterioração da relação. Enfim, cada caso é um caso.
**Consequências:**
* Os resultados das tensões foram distintos. Com os EUA, o “tarifaço” foi implementado, ainda que parcialmente, e ministros do STF sofreram sanções. Com Israel, as relações foram rebaixadas. E com a Venezuela, Lula e Maduro, outrora aliados, não se falam mais.
**Análise:**
Amâncio Jorge, da USP, acredita que Lula deveria ter adotado uma abordagem diferente com os EUA em relação ao “tarifaço”, embora concorde com a postura do presidente em não discutir a situação de Bolsonaro com Trump. Ele pondera que a firmeza de Lula pode ter ganhos eleitorais internos, mas dificulta as negociações externas. Jorge também observa que o Brasil, ao tomar partido em conflitos internacionais, pode ter superestimado sua capacidade de mediação, perdendo protagonismo em algumas regiões. Uma análise bem pertinente sobre os desafios da diplomacia brasileira.
Fonte da Matéria: g1.globo.com