No Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, Kleiton & Kledir encantaram a plateia em um show inesquecível no dia 16 de setembro de 2025. A apresentação, parte do projeto Terças no Ipanema, celebrou os 50 anos de trajetória da dupla gaúcha, iniciada em 1975 com o grupo Almôndegas, e consolidada em 1979 com a formação de Kleiton & Kledir. Olha só que incrível!
A dupla, que também possui carreiras solo de muito sucesso, apresentou um repertório que resumiu décadas de criatividade. A iluminação impecável de Marcelo Martins e as projeções no telão, com imagens do acervo pessoal da família Ramil, criaram um clima mágico. Mas, na real, o que mais tocou a gente foi o afeto visível entre os irmãos, a alma do espetáculo.
O show começou com “Couvert Artístico” (1981), um tema instrumental vibrante que exibiu a maestria de Kleiton no violino. Kledir, com seu humor leve e peculiar, brincou com o formato acústico da apresentação, chamando-a carinhosamente de “Orquestra Filarmínima”. Isso foi demais!
A noite seguiu com pérolas do cancioneiro da dupla, como “Fonte da Saudade” (Kledir Ramil, 1980), “Nem Pensar” (Kleiton & Kledir Ramil, 1983), e a inesquecível “Deu pra Ti” (Kleiton & Kledir Ramil, 1981), que, como sempre, incendiou o público. Eles também interpretaram “Estrela Estrela” (1981), uma joia composta pelo irmão Vitor Ramil, e a nostálgica “Noite de São João” (Kledir Ramil e Pery Souza, 1981), que evocou memórias afetivas da infância em Pelotas (RS).
Uma grande surpresa foi a inclusão de “Androginismo” (Kledir Ramil, 1978), do álbum “Circo de Marionetes” (1978) do Almôndegas. A música, recentemente resgatada pela cena queer, ganhou novas interpretações memoráveis por artistas como Chicas (2009) e Almério (2020).
Os momentos solo também foram especiais. Kledir interpretou “Paixão” (Kledir Ramil, 1981), sem explorar a sensualidade da letra, enquanto Kleiton encantou com um medley incluindo “Felicidade” (Lupicínio Rodrigues, 1947) e uma tradicional música gaúcha, “Prenda Minha”.
O ápice da emoção? A interpretação de “Corpo e Alma” (1983), versão de Kleiton para “Bridge Over Troubled Water” (Paul Simon, 1970), de Simon & Garfunkel. A participação de Kledir, em uma breve intervenção vocal, foi uma declaração de amor entre irmãos, emocionante e comovente.
Sabe? A apresentação de Kleiton & Kledir foi muito mais do que um show; foi uma celebração de 50 anos de música, talento e, acima de tudo, afeto. Uma noite inesquecível no Teatro Ipanema, um palco que já testemunhou grandes momentos da trajetória dessa dupla extraordinária. Quatro estrelas bem merecidas! ★★★★
Fonte da Matéria: g1.globo.com