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Juíza bloqueia envio de imigrantes para a “Alcatraz dos Jacarés” na Flórida

A juíza federal Kathleen Williams colocou um fim, pelo menos por enquanto, ao envio de imigrantes para o polêmico centro de detenção apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, na Flórida. A decisão, tomada na quinta-feira (21), atende a pedidos de grupos ambientalistas preocupados com os impactos da instalação no meio ambiente. Olha só: a juíza não apenas proibiu novos envios como também mandou desmantelar partes da estrutura!

Inaugurado em julho com a presença do então presidente Donald Trump, o centro, localizado em meio a um pântano no sul da Flórida, abriga imigrantes em situação irregular nos EUA. A ideia, na real, era criar uma espécie de prisão intransponível, uma referência à histórica prisão de Alcatraz, na Califórnia. Só que, ao invés de uma ilha rochosa, a “Alcatraz dos Jacarés” fica em um pântano cheio de jacarés – daí o apelido. A localização, a 60 km de Miami, em um antigo aeroporto usado para treinamento de pilotos, foi estrategicamente escolhida para dificultar fugas.

A estrutura, montada com tendas e contêineres, tem capacidade para até 5 mil detentos, segundo as autoridades. As celas, cercadas por alambrados ao invés de grades, são equipadas com beliches. Cerca de 100 agentes da Guarda Nacional reforçam a segurança. O custo? Assustador! Estima-se um gasto anual de US$ 450 milhões (aproximadamente R$ 2,4 bilhões), com um custo diário por detento de US$ 247 (cerca de R$ 1,3 mil) – 54% a mais que em outras prisões para imigrantes. Isso é inacreditável!

O governador da Flórida, Ron DeSantis, havia anunciado a prontidão da instalação para receber presos a partir de 2 de julho. A Casa Branca, por sua vez, chegou a divulgar fotos de jacarés usando chapéus do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) para promover a inauguração, com o partido de Trump vendendo até produtos com a estampa do réptil. Imaginem só!

Mas a “Alcatraz dos Jacarés” não escapou das críticas. A localização no Parque Nacional dos Everglades, uma reserva biológica de 600 mil hectares, gerou protestos. Organizações ambientais, preocupadas com o impacto no Big Cypress National Preserve – área que abriga espécies ameaçadas – argumentaram que o tráfego, a iluminação e os geradores afetariam o ecossistema. Para elas, a alegada “emergência” imigratória não justifica a violação das leis ambientais. Líderes de comunidades indígenas também se manifestaram contra a construção, considerando a terra sagrada.

Trump, por sua vez, minimizou as críticas, afirmando que os animais “sobreviveriam” e que o centro deveria servir de modelo para todo o país. “Gostaríamos de ver centros assim em muitos estados”, declarou. Entretanto, defensores dos direitos humanos temem que o isolamento aumente o risco de abusos e dificulte o acesso à justiça. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) classificou o projeto como “cruel e absurdo”, afirmando que a localização remota agravaria as condições de detenção. Me parece que essa polêmica está longe de acabar.

Fonte da Matéria: g1.globo.com