Olha só que situação! Neste domingo (31), uma juíza federal, Sparkle Sooknanan, de Washington D.C., deu um basta! Ela conseguiu bloquear a deportação de dez crianças migrantes guatemaltecas desacompanhadas. Os advogados dessas crianças alegaram que as remoções violavam leis americanas, e, na real, a juíza concordou.
A decisão? Uma ordem de restrição de 14 dias contra a administração Trump, que planejava enviar as crianças de volta à Guatemala. Uma audiência foi marcada para o próprio domingo. A ação foi movida pelo National Immigration Law Center, em defesa das meninas e meninos, com idades entre 10 e 17 anos.
Segundo informações da Reuters, obtidas de uma autoridade americana em atividade e duas ex-autoridades, o governo Trump havia fechado um acordo com a Guatemala para permitir essas deportações. A CNN já havia noticiado esses planos na sexta-feira (29). Me parece que a estratégia de Trump, desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, era intensificar a repressão à imigração. A gente vê isso claramente na escalada de prisões e deportações de imigrantes em situação irregular por todo o país.
Crianças migrantes que chegam aos EUA sem pais ou responsáveis são consideradas desacompanhadas. Elas são encaminhadas para abrigos governamentais até que possam ficar com familiares ou serem adotadas, como prevê a lei federal. Mas, tipo assim, uma coisa inusitada aconteceu. Melissa Johnston, diretora do programa para crianças desacompanhadas do Escritório de Reassentamento de Refugiados, mandou um e-mail para a equipe na quinta-feira (28). No e-mail, obtido pela Reuters e por uma das ex-funcionárias, ela pedia a suspensão da liberação de crianças guatemaltecas, exceto aquelas com patrocínio de pais ou responsáveis legais nos EUA.
Na denúncia apresentada no domingo, o National Immigration Law Center e o Young Center for Immigrant Children’s Rights argumentaram que as deportações seriam uma flagrante violação das proteções legais garantidas a essas crianças vulneráveis pelo Congresso. A denúncia afirma que os réus planejavam transferir ilegalmente as crianças para a custódia do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) para deportá-las para a Guatemala, onde elas poderiam sofrer abusos, negligência, perseguição ou até tortura. Isso é inacreditável!
O Departamento de Segurança Interna dos EUA, responsável pelo ICE, ainda não se manifestou. O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala também não quis comentar. Vale lembrar que a juíza Sooknanan foi nomeada pelo presidente Joe Biden. Essa situação toda está gerando um clima de medo e incerteza entre os imigrantes nos EUA.
Fonte da Matéria: g1.globo.com