Quinta-feira, dia 4. Na Casa Branca, um jantar rolou solto, sabe? O presidente Donald Trump recebeu, em um encontro privado, a nata da indústria tecnológica. A cena? Mark Zuckerberg sorrindo ao lado de Trump, numa foto que viralizou na internet. (REUTERS/Brian Snyder). O assunto principal? Inteligência Artificial e os investimentos maciços que essas empresas estão aplicando nos EUA.
“Isso tá elevando nosso país a outro nível!”, declarou Trump, rodeado por quem ele chamou de “gente com QI altíssimo”, numa mesa comprida. A reunião, aliás, foi mais um capítulo da relação, vamos dizer, complexa entre Trump e os líderes do setor de tecnologia. Muitos deles, inclusive, estiveram presentes na sua posse.
Trump, que sempre teve um talento especial para chamar a atenção dos grandes nomes do mundo empresarial, se mostrou bastante interessado nos investimentos. Ele circulou pela mesa, perguntando a cada um quanto estavam investindo no país. A resposta? Bilhões! Zuckerberg, da Meta, soltou um “US$ 600 bilhões”. Tim Cook, da Apple, a mesma coisa. Sundar Pichai, do Google, disse US$ 250 bilhões.
Aí, Trump perguntou: “E a Microsoft? Deve ser um número bem alto, hein?”. Satya Nadella, CEO da empresa, respondeu que chegaria a US$ 80 bilhões por ano. “Ótimo!”, exclamou Trump. “Muito bom!”.
Mas olha só que interessante: Elon Musk, que já foi amigo próximo de Trump, não estava lá. O “divórcio” deles aconteceu no início do ano, e a ausência dele foi bastante comentada. No lugar dele, estava Sam Altman, da OpenAI, criadora do ChatGPT – um dos principais concorrentes de Musk na área de IA.
Outra figura presente foi Jared Isaacman, fundador da Shift4, uma empresa de processamento de pagamentos. Curiosamente, Isaacman era aliado de Musk e havia sido cogitado por Trump para liderar a NASA, mas sua indicação foi retirada – segundo Trump, porque ele era “totalmente democrata”. Outros nomes importantes na mesa foram Bill Gates, fundador da Microsoft, e Safra Catz, CEO da Oracle. (REUTERS/Brian Snyder).
Inicialmente, o jantar seria no Rose Garden, mas por causa do mau tempo, acabou sendo transferido para o Salão de Jantar de Estado. Antes, rolou uma reunião da nova força-tarefa de Educação em Inteligência Artificial da Casa Branca, liderada pela primeira-dama Melania Trump, com a participação de alguns desses líderes tecnológicos. “Os robôs chegaram! Nosso futuro não é mais ficção científica”, declarou Melania.
Essa aproximação de Trump com as big techs, porém, tem gerado polêmica dentro do próprio Partido Republicano. Josh Hawley, senador e aliado próximo de Trump, criticou a falta de regulamentação da IA, citando especificamente o Meta e o ChatGPT, em um discurso em Washington na mesma quinta-feira. “O governo deveria inspecionar todos esses sistemas de IA de ponta para entendermos o que esses titãs da tecnologia estão planejando construir – e destruir”, afirmou o senador do Missouri.
Ironia do destino: Trump usa imagens geradas por IA com frequência nas redes sociais, apesar de ter reclamado, no início da semana, sobre o uso da tecnologia para criar vídeos falsos. Na terça-feira, ele chegou a atribuir a culpa da IA a um vídeo que mostrava objetos sendo jogados de uma janela da Casa Branca, mesmo depois que sua equipe havia confirmado a autenticidade do vídeo horas antes. “Se algo realmente ruim acontecer, talvez eu tenha que culpar a IA”, disse Trump. A situação toda, no mínimo, inusitada.
Fonte da Matéria: g1.globo.com