Olha só que notícia incrível! Ivan Lins, o cara que compôs mais de 800 músicas – cadastradas no ECAD, viu? – vai receber o Prêmio à Excelência Musical no Grammy Latino 2025. A premiação, que acontece em 2025, vai celebrar a obra monumental desse gênio da música brasileira, um trabalho que começou a ser construído aqui no Brasil, lá pelos anos 70, e explodiu internacionalmente a partir dos anos 80.
Ele tá fazendo 80 anos, dia 16 de junho, e que presente melhor do que esse, né? Mas, na real, me dá um aperto no coração pensar que essa homenagem chega 20 anos depois do Grammy Latino de 2005, ano em que o álbum “Contando Histórias” foi eleito o Álbum do Ano. Isso mostra que, infelizmente, a obra de Ivan Lins é mais valorizada lá fora do que aqui em casa. Uma injustiça, né?
A gente tá falando de um cara que fez parcerias com nomes gigantescos da música brasileira, como Vitor Martins, Ronaldo Monteiro de Souza e Paulo César Pinheiro. Um cara que teve suas músicas interpretadas por Elis Regina – saudade eterna! –, Fafá de Belém e Simone. No Brasil, ele é respeitado, claro, tem muitos sucessos e um público fiel. Mas, tipo assim, ele nunca foi visto como um dos grandes nomes da MPB, como um Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil ou Milton Nascimento.
Já nos Estados Unidos, a história é outra. Ele é praticamente uma lenda! O próprio Quincy Jones – que morreu em 2024, que pena – admirava muito o trabalho dele e ajudou a popularizar a música de Ivan Lins no universo do jazz, a partir dos anos 80. A versão em inglês da música “Lembrança”, “Love Dance” (1988), com letra de Paul Williams, foi interpretada por Sarah Vaughan, uma diva! Isso abriu portas para que a obra dele fosse cada vez mais reconhecida entre os músicos de jazz, não só nos EUA, mas também na Europa.
O Grammy Latino definiu a música de Ivan Lins como tendo “extraordinária imaginação harmônica e brilhantismo melódico”. Concordo plenamente! Ele merecia essa homenagem há muito tempo. É ótimo que ela venha no ano do seu aniversário de 80 anos, mas… a gente fica pensando: por que o Brasil ainda não reconheceu devidamente a sua importância para a nossa música? Cadê o prêmio equivalente por aqui? O Prêmio da Música Brasileira, que chega à sua 33ª edição em 2026, nunca o homenageou. E o Prêmio Shell de Música, concedido de 1981 a 2010, também o ignorou. Que situação, né? Realmente uma pena!
Fonte da Matéria: g1.globo.com