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Israel ordena nova evacuação em Gaza e destrói mais um prédio alto

Neste sábado (6), o Exército de Israel emitiu novas ordens de evacuação na Cidade de Gaza e, olha só, destruiu mais um prédio residencial! A AFP descreveu o edifício como um arranha-céu, de vários andares, segundo o próprio Exército. A situação tá tensa por lá.

Palestinos inspecionaram os destroços de um prédio residencial na Cidade de Gaza, atingido por um ataque aéreo israelense no dia 6 de setembro de 2025. (Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas)

O porta-voz do Exército israelense, Coronel Avichay Adraee, ordenou a evacuação de alguns bairros da maior cidade da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de um milhão de palestinos, de acordo com a ONU. Ele pediu que a população se deslocasse para Khan Younis, ao sul do território, uma área declarada “zona humanitária” com infraestrutura para recebê-los. Me parece que a intenção é oferecer apoio, mas…

Pouco tempo depois, o Exército anunciou a destruição de um outro prédio alto, identificado por testemunhas da AFP como Susi, no sudoeste da cidade – uma área, aliás, incluída na ordem de evacuação. Segundo a AFP, esse prédio era similar ao destruído na sexta-feira, o segundo maior de Gaza. Um vídeo do ataque de sexta mostra três mísseis de alta precisão atingindo a base do edifício, levantando uma enorme nuvem de poeira perto de um campo de refugiados. Acho que o ataque deste sábado seguiu a mesma estratégia.

O Exército israelense acusa o Hamas, com quem trava guerra desde outubro de 2023, de usar esses prédios para apoiar suas atividades. Eles alegam que o grupo terrorista usa infraestruturas civis como escudo, o que o Hamas nega. Israel já havia avisado que atacaria grandes edifícios residenciais considerados ameaças.

Israel afirma controlar 40% da Cidade de Gaza e 75% de toda a Faixa, e declarou querer tomar a cidade, considerada o último reduto do Hamas, onde os reféns restantes estariam sendo mantidos.

Essa ofensiva acontece depois do presidente americano, Donald Trump, afirmar na sexta-feira que os EUA estão em negociações “muito profundas” com o Hamas. Lembrando que o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 desencadeou essa guerra.

O Exército israelense estima que 25 dos 47 reféns ainda em Gaza (dos 251 sequestrados em 7 de outubro) estejam mortos. Em agosto, o grupo terrorista aceitou uma proposta de cessar-fogo, mediada pelo Egito, EUA e Catar, que prevê a libertação dos reféns em etapas. Mas o governo de Benjamin Netanyahu exige a libertação imediata de todos os reféns, a deposição das armas pelo Hamas e o controle da segurança da Faixa de Gaza por Israel.

Palestinos acusam Israel de mentir sobre as condições humanitárias oferecidas. Adraee, o porta-voz do Exército, disse que foi declarada uma “zona humanitária” em Al Mawasi, ao sul da Cidade de Gaza, para facilitar a evacuação. Segundo ele, a zona conta com “infraestruturas humanitárias essenciais”, como alimentos, tendas, remédios e equipamentos médicos. Só que…

Desde o início da guerra, o Exército israelense tem bombardeado frequentemente zonas declaradas “humanitárias” e “seguras”, alegando a presença de combatentes do Hamas. Abdelnaser Muchtaha, de 48 anos, deslocado do bairro de Zeitun, desabafa: “O Exército mente para as pessoas. Quando buscamos ajuda, abrem fogo”. Basam al Astal, de 52 anos, outro deslocado em Al Mawasi, reforça: “A zona não é nem humanitária, nem segura. A cada dia morre mais gente; não há espaço, nem serviços, nem água, nem saneamento, nem ajuda alimentar.”

Na sexta-feira, o Exército israelense intensificou as operações, bombardeando um prédio no centro após aviso de evacuação. A torre caiu como um castelo de cartas. Segundo a Defesa Civil de Gaza (onde o Hamas assumiu o poder em 2007), 42 pessoas morreram na sexta por disparos ou bombardeios israelenses, metade delas na Cidade de Gaza. Devido às restrições à mídia em Gaza e às dificuldades de acesso, a AFP não pôde verificar independentemente os dados da Defesa Civil.

O ataque de 7 de outubro deixou 1.219 mortos em Israel, a maioria civis (dados da AFP). As represálias israelenses deixaram pelo menos 64.300 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde de Gaza (sob controle do Hamas), dados considerados confiáveis pela ONU. A maioria das vítimas são mulheres e crianças. A situação é, realmente, dramática.

(Vídeo: Israel derruba o segundo maior prédio de Gaza em bombardeio na sexta-feira, 5)

Fonte da Matéria: g1.globo.com