Indiana Nomma e André Pinto Siqueira, cantora e violonista, respectivamente, acabaram de lançar o álbum “Mercedes Sosa – A voz dos sem voz – Volume II”. Olha só que notícia incrível! Esse trabalho, gente, é a continuação de uma linda homenagem à icônica Mercedes Sosa, uma verdadeira ativista que usou sua voz poderosa contra a ditadura na Argentina.
Na real, enquanto a MPB enfrentava a ditadura brasileira nos anos 60 e 70 com suas canções, Mercedes Sosa, lá na Argentina, enfrentou o golpe militar de 1976 que derrubou Isabelita Perón. Ativista de esquerda, ela foi presa e exilada na segunda metade dos anos 70. Mas a voz dela? Ecoou por toda a América Latina, virando símbolo de luta contra a opressão.
Indiana Nomma, uma cantora hondurenha-brasileira, filha de exilados brasileiros da ditadura de 64, entendeu tudo isso profundamente. Tipo assim, ela resume a trajetória de Mercedes perfeitamente no título do álbum: “A voz dos sem voz”. O primeiro volume, lançado em 2022, já trazia dez clássicos de Sosa, incluindo “Gracias a la vida” e “Alfonsina y el mar”. Um trabalho incrível, né?
Agora, três anos depois, e a tempo de celebrar os 90 anos do nascimento de Mercedes Sosa (9 de julho!), chega o Volume II. Gravado ao vivo no estúdio La Maison, no Rio de Janeiro, sob a direção musical da própria Indiana, esse novo álbum adiciona mais nove canções à celebração. E adivinhem? Tem um super hit brasileiro na lista!
O álbum inclui “Maria Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant (1946-2015). Isso é demais! Sosa, que tinha uma forte ligação com Milton, gravou a música em 1983. Além dessa pérola, o disco traz outras canções emblemáticas, como “Yo vengo a ofrecer mi corazón” (Fito Páez), “Sueño con serpientes” (Silvio Rodríguez) – gravada em dueto com a própria Mercedes por Milton em 1980 – e “Solo le pido a Dios” (León Gieco), que Beth Carvalho (1946-2019) gravou em versão bilíngue com Sosa no álbum “Beth” (1986).
Mas tem mais! O álbum também inclui faixas menos conhecidas no Brasil, como “Cuando tenga la tierra” e “Me gustan los estudiantes”, mostrando a profunda conexão de Indiana com o repertório de Mercedes. Aliás, Indiana viu Mercedes pela primeira vez aos quatro anos, num show na Praça da Revolução Sandinista, na Nicarágua. Ela cresceu em meio ao exílio dos pais no Chile e viveu em vários países, chegando ao Brasil em 1987. Que trajetória, hein?
Os dois volumes do álbum são uma expansão do show “Mercedes Sosa – A voz dos sem voz”, que estreou em 1980. Um trabalho que merece todo o reconhecimento, mostrando a força da música e a importância da memória. Vale muito a pena conferir!
Fonte da Matéria: g1.globo.com