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Honda HR-V 2026: Poucas Mudanças, Muitos Acertos? Um Teste Detalhado

A Honda apostou na continuidade com o HR-V 2026, e, acredite, isso não é necessariamente ruim. Diferente do City, que viu suas vendas estagnarem com poucas atualizações, o HR-V tem motivos de sobra para manter a linha. Afinal, tá entre os quatro SUVs mais vendidos do Brasil – e olha que não é o mais barato, nem o que oferece as melhores condições de financiamento, muito menos um queridinho das promoções! O segredo? Simples: ele é um carro que só ficou mais bonito com o tempo, misturando um visual esportivo com o conforto que todo mundo ama num SUV. Se já faz sucesso, pra que mexer tanto?

Mas calma, não é só elogio. Algumas sutilezas, principalmente na tecnologia embarcada e nos sistemas de assistência à condução, podem deixar um público mais exigente na mão. O g1 rodou cerca de 600 km com a versão nova pelas ruas e estradas paulistas, e te conto tudo!

**Honda HR-V Touring 2026: No calor da briga**

Durante o teste, a frase mais ouvida foi: “Honda é Honda, né?”. E de fato, o HR-V se mantém firme na disputa pelos primeiros lugares. Olha só os números de janeiro a julho de 2025:

* Volkswagen T-Cross: 53.551 unidades;
* Hyundai Creta: 39.032 unidades;
* Toyota Corolla Cross: 36.955 unidades;
* Honda HR-V: 36.086 unidades.

As mudanças em relação à versão anterior (lançada em 2025) são quase imperceptíveis, basicamente estéticas: grade frontal com acabamento preto brilhante na versão Touring, piscas sequenciais que indicam a direção da curva e lanternas traseiras totalmente em LED. Só isso. A traseira estilo cupê dá um ar mais agressivo, que combina com a grade e a altura reduzida. Mas o que realmente me surpreendeu foi a posição de dirigir mais baixa, parecida com a do Civic. Isso dá uma sensação esportiva incrível! E pra completar, a versão Touring tem borboletas no volante para trocas manuais de marcha – algo que todos os modelos têm, inclusive o automático.

Apesar do City também ter borboletas, a experiência de dirigir é totalmente diferente. Com o motor aspirado, ele não consegue transmitir a mesma emoção ao volante. Já o HR-V, com seu motor 1.5 turbo de 177 cv, impressiona! Ele fica atrás apenas do Creta 1.6 turbo (193 cv) entre os concorrentes. A combinação da posição de dirigir baixa, potência do motor turbo e as trocas manuais no volante resulta numa experiência única. O Creta é mais potente, sim (0 a 100 km/h em 7,8 segundos contra 8,9 segundos do HR-V), mas a sensação não é a mesma. Na estrada ou na cidade, o HR-V entrega uma condução prazerosa, com ultrapassagens e retomadas fáceis. A suspensão se comportou muito bem em curvas. O City, com seu motor aspirado, fica bem longe dessa experiência. A diferença é gritante, principalmente se compararmos com concorrentes como o Peugeot 208, que aposta num conjunto motor/design esportivo, com carroceria mais baixa e volante menor.

**Três pontos que incomodaram:**

Apesar dos elogios, o HR-V, assim como o City, tem três pontos negativos que merecem destaque:

1. **Piloto automático adaptativo:** Geralmente funciona bem no trânsito, mantendo uma distância segura. Mas, quando um carro à frente muda de faixa e sai do campo de visão, ele pode frear bruscamente e de forma inesperada, mesmo sem necessidade. Isso aconteceu algumas vezes em vias rápidas, inclusive na via expressa do Rio Tietê, quase causando um acidente. A solução foi desligar o sistema e religar depois.

2. **Assistente de permanência em faixa:** Só funciona acima de 72 km/h. Abaixo disso, ele desliga sem aviso sonoro, apenas com uma mudança de cor no ícone do volante no painel (de verde para branco). Ou seja, inútil no trânsito urbano.

3. **Alerta de ponto cego:** Funciona apenas do lado direito e usa uma câmera. Ao acionar a seta, a imagem da câmera ocupa toda a tela multimídia, obrigando o motorista a escolher entre o alerta ou a visualização do GPS. A Hyundai, por exemplo, exibe a imagem da câmera no painel, mantendo a tela multimídia livre. Uma solução muito mais inteligente!

Esses três pontos, apesar de chatos, talvez sejam menos importantes para quem prioriza uma experiência mais esportiva ao volante.

**Porta-malas pequeno: um ponto crucial?**

Há um detalhe importante para quem precisa de espaço para bagagem: o porta-malas do HR-V é menor que o dos seus principais concorrentes. A diferença é significativa:

* Volkswagen T-Cross: 373 litros (+5,4%);
* Hyundai Creta: 422 litros (+19,2%);
* Toyota Corolla Cross: 440 litros (+24,3%);
* Honda HR-V: 354 litros.

Para famílias ou casais que usam o carro para viagens, um porta-malas maior pode ser mais importante que a esportividade.

**Vale a pena?**

O Honda HR-V 2026 cumpre o básico com excelência, oferecendo uma boa dirigibilidade, visual atraente e uma experiência ao volante diferenciada. Porém, alguns pontos na tecnologia poderiam ser melhorados. A concorrência oferece opções híbridas mais completas, potentes e até mais baratas, como o Haval H6 One (R$ 199 mil, R$ 9.900 mais barato) e o porD Song Pro (R$ 189.990, R$ 19.900 mais barato), com consumo de combustível bem menor. O Haval H6 One é híbrido convencional, enquanto o Song Pro é plug-in, capaz de rodar até 62 km só com eletricidade. A decisão final, portanto, depende das suas prioridades.

Fonte da Matéria: g1.globo.com