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Guerra comercial: Setores brasileiros na mira de novas tarifas de Trump

A decisão de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, comunicada em carta a Lula na quarta-feira (9), pegou muita gente de surpresa. Afinal, o Brasil vinha batendo recordes de exportação para os EUA, mesmo com as tarifas americanas já em vigor desde abril! Empresas como a Embraer, que exporta aeronaves para o mercado americano, estão entre as mais preocupadas. Imagina só o impacto!

A situação tá tensa. O governo brasileiro já adiantou que vai retaliar, colocando tarifas em produtos americanos. E Trump? Ameaça mais tarifas caso o Brasil revide. Tá feio o clima, né?

A Amcham Brasil, que representa empresas americanas e brasileiras nos dois países, divulgou dados chocantes: nos cinco primeiros meses do ano, as exportações brasileiras para os EUA chegaram a US$ 16,7 bilhões! Um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024, batendo todos os recordes! Isso mostra a importância estratégica dos EUA como principal destino dos produtos industrializados brasileiros.

Mas, olha só, o Brasil também importou mais dos EUA nesse período: US$ 17,7 bilhões, um aumento de 9,9% na comparação com 2024. Apesar disso, o Brasil teve um prejuízo na balança comercial. Isso contradiz completamente a afirmação de Trump sobre “déficits comerciais insustentáveis” com o Brasil. Na real, parece que a coisa não tá tão simples assim como ele pinta.

A verdade é que as tensões comerciais aumentaram bastante nos últimos meses, com Trump anunciando tarifas para quase todos os parceiros comerciais americanos em 2 de abril. O Brasil, por sorte, levou a menor alíquota, de 10%, mas mesmo assim… Três dias depois, a tarifa entrou em vigor e o Brasil decidiu não retaliar.

A Amcham ressaltou que, mesmo com as tarifas, o comércio entre Brasil e EUA continuou crescendo, batendo recordes! Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil, disse: “Mesmo num cenário mais desafiador, o comércio bilateral mostrou resiliência, com crescimento consistente. Isso reforça o papel do Brasil como parceiro estratégico para os EUA, e vice-versa”.

Agora, a gente tá falando de tarifas de 50% sobre TODOS os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. Isso é assustador!

**Setores ameaçados:**

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) calcula que existem 3.662 empresas americanas investidas no Brasil e 2.962 empresas brasileiras nos EUA. Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil. São números impressionantes que podem ir por água abaixo.

Entre janeiro e maio, 79% das exportações brasileiras para os EUA foram bens industriais: aeronaves, combustíveis, alimentos processados, produtos químicos e máquinas – muitos com alto valor agregado. Os campeões de crescimento foram carne bovina (196%), sucos de frutas (96,2%), café (42,1%) e aeronaves (27%). Esses produtos mantiveram a competitividade mesmo com a ameaça de tarifas, graças à competitividade brasileira, aumento da demanda americana e problemas climáticos que afetaram a produção americana, principalmente de carnes e sucos.

A Agência Brasil aponta petróleo bruto, minério de ferro, aço, máquinas, aeronaves, produtos eletrônicos, açúcar, café, suco de laranja e carne como os principais produtos brasileiros exportados para os EUA. Gigantes como Embraer e Petrobras estão diretamente na linha de frente.

A tarifa de 10% já afetou setores como celulose, ferro-gusa e equipamentos de engenharia, que podem sofrer ainda mais com a tarifa de 50%. A concorrência com países que têm acesso preferencial aos EUA, como o Canadá, também pesa. O aço e o alumínio já sentem o peso da tarifa de 50% desde o mês passado. Apesar do aumento de volume e valor exportado de aço semiacabado entre janeiro e maio (7,3% e 28,4%, respectivamente), analistas já percebem uma queda nos embarques para os EUA e aguardam para ver o impacto total.

A CNI prevê “muitos prejuízos” caso a relação comercial entre Brasil e EUA se rompa. O setor de insumos produtivos, que representa 61,4% das exportações e 56,5% das importações brasileiras, é o que deve sofrer mais.

Num comunicado, a CNI destaca a importância da parceria entre Brasil e EUA, lembrando que os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil (atrás da China e da União Europeia) e o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira. Ricardo Alban, presidente da CNI, afirma que “não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho”. Ele destaca os impactos graves para a indústria brasileira, que é fortemente integrada ao sistema produtivo americano.

A CNI lembra ainda que os EUA têm superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos e que o Brasil é um dos poucos países com balança comercial favorável aos EUA. A Confederação também argumenta que a tarifa real de importação do Brasil para produtos americanos era de 2,7% em 2023, bem abaixo da tarifa nominal de 11,2% assumida pela OMC (Organização Mundial do Comércio). A situação é, no mínimo, complexa.

Fonte da Matéria: g1.globo.com